O bem e o mal andam de mãos dadas dentro dos templos

O bem e o mal andam de mãos dadas dentro dos templos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:24

Hoje em dia a logística aplicada nas igrejas para o domingo é quase comparável as grande magazines dos shoppings. Tudo para receber melhor o "cliente". Um esforço enorme é dispensado pela audiência da platéia, que precisa ser constantemente animada para continuar frequentando o ministério de "estimação". Milhões são gastos em propaganda e marketing de pessoas, eventos e produtos, mas com qual finalidade? A quem querem agradar?

Sei que existem também pessoas dedicadas à outras pessoas. Que acreditam que servir a Deus é servir o outro. Que encontram no desabrigado, no louco, no viciado, no preso, no faminto e naquele que se prostitui, a possibilidade de serem alvos do amor de Deus e por isso pregam a Palavra que Salva. Ajudam naquilo que se envolvem e investem dinheiro para promover a vida e a dignidade naqueles que nada mais podem perder a não ser a eternidade longe de Deus. Gastam e se gastam, mas com outras finalidades e motivações.

Preciso falar dos cantores/levitas (termo usado erroneamente), que gostam de dizer que deixaram tudo de lado para servirem ao Senhor, mas exigem hotel de alto padrão, cachês altíssimos, e tratamento vip como se fossem celebridades. Ainda temos os pregadores que se valem de livros de auto-ajuda e chavões empresariais para decretar a vitória do povo que quer ganhar o mundo inteiro, mas que vão perdendo a própria alma, enquanto outros "ministros" parecem apresentadores de "stand-up comedy",  tentando ganhar a simpatia do auditório e sendo animadores de gente infantilizada.

Mas existem também os verdadeiros adoradores, poetas de Deus, que profetizam as mazelas e o pecado em suas músicas, que não tem vergonha de viverem das ofertas de seu material, que conhecem o limite do bom senso e da equanimidade. Do pregadores que se valem da simplicidade da vida atrelada ao conhecimento bíblico, que pregam contra o pecado e a passividade espiritual como doenças crônicas do nosso tempo, contra a busca desenfreada pelo dinheiro e pelo sucesso. Ministros de Deus que nos ensinam como autênticos mestres, afirmando que nem tudo é demônio e pecado. Profundos conhecedores da verdade eterna que nos tornam mais adultos e sadios na alma, e que nos animam a continuar a jornada espiritual, apesar das dificuldades e obstáculos naturais e sobrenaturais.

Não falo de duas igrejas diferentes, mas de uma mesma igreja com pessoas diferentes. O joio e trigo crescem juntos. O bem e o mal andam de mãos dadas dentro dos templos. O fato é que existem dois tipos de igreja dentro da mesma Igreja! Aquele tipo de pessoa que cultua pessoas, e aquela pessoa que cultua Deus. A diferença está na razão pela qual cultuam e porque fazem o quê fazem!

Aqueles que prestam seu culto para pessoas, são levados pelo orgulho, pela inveja, pela competição e pela idolatria à homens. A verdade e a sinceridade do que se é de fato, jamais são bem vindas para este tipo de gente, geralmente tomados pelo egocentrismo de seus corações e pelo desejo de uma vida terrena feliz e tranquila. A ambição, o misticismo exagerado, o tradicionalismo engessante, e a preocupação com a aparência de uma vida "certinha", são alguns sinais claros de uma pessoa que vai contra o paradigma bíblico de conversão cristã.

Já as pessoas que cultuam a Deus, são bem diferentes. Há erros e arrependimentos, há o reconhecimento de suas imperfeições e limitações. Há provações de todo tipo. O seu discurso não é idealizado para agradar ninguém que não seja Deus, e mesmo que estes sejam líderes, reconhecem o seu papel de servos e dependentes de Deus, e sabem que a última palavra é sempre da Bíblia, nunca deles ou de homens. Essa turma já não pleiteia grandes coisas terrenas, pois o seu coração busca o que é celestial. Então ao entrar em nossas igrejas precisamos indagar esta pergunta a nós mesmos: Pra quem é o nosso culto hoje? Pra Deus ou para as pessoas?

Por Bruno dos Santos

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