Palavra profética: O que o homem declara com fé pode alterar circunstâncias?

Palavra profética: O que o homem declara com fé pode alterar circunstâncias?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

Por Adriana Amorim - www.guiame.com.br

"A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto". A passagem bíblica de Provérbios 18:21 pode trazer a interpretação de que a palavra proferida altera realidades.

Em Isaías 55:11, o profeta também expressa o que diz o Senhor: "Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei". 

Se ato profético representa uma atitude com o intuito de liberar o poder de Deus, por meio da fé, sobre determinada circunstância, a palavra pode ser considerada profética por sua emissão? A declaração do homem, dita por meio da fé, tem o poder de alterar realidades e representar a vontade de Deus? Essas são algumas questões presentes na Igreja, que enxerga essas afirmações de formas diferentes.

Para o apóstolo Maurício Marques, líder da Sinagoga Cristã - Ministério Consolador de Israel (MCI), as "proclamações proféticas", como ele denomina, têm influência no mundo natural e espiritual. "Eu creio que devemos ser imitadores de Deus como filhos amados. Partindo deste princípio, devemos lembrar que nosso Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo criou todas as coisas (menos a humanidade) com a Palavra".

Já para o pastor presidente da Igreja Adventista da Promessa, José Lima, compreender que a palavra proferida tem poder significa humanizar o cristianismo. Na opinião de Lima, essa é uma interpretação incorreta da palavra grega rhema (poder).

"Essa conduta segundo a qual a palavra humana altera realidades espirituais nunca foi ensinada pelos patriarcas, pelos profetas, por Jesus e pelos apóstolos. Isso é "doutrina" de homem! [...] Isso é tirado sabe de onde? Da filosofia! É, foi Fridrich Nietzsche, em seu famoso e festejado livro 'Assim dizia Zaratustra', quem exaltou como ninguém a super-capacidade do homem de resolver seus próprios problemas. Essa filosofia é conhecida no mundo como 'O Mito do Super-Homem' [...] Mas o homem não pode o que diz que pode. Jesus diz: 'Sem mim nada podeis fazer' (Jo 15:5). A autoridade espiritual que opera nos cristãos não é humana, mas divina, por meio de Cristo (MT 28:18-20). Paulo, que pediu para os cristãos que o imitassem, porque ele imitava a Cristo, garante que a nossa capacidade vem de Deus, em II Co 3:5. Segundo o evangelho de Cristo, as profundas alterações na vida das pessoas não acontecem porque o homem tem poder de mudar realidades através de 'atos proféticos', mas porque o nome de Jesus é e tem poder", aponta José Lima.

Apóstola e líder do Ágape Reconciliação, ministério que trabalha com igrejas nas áreas de cura interior e libertação, Neuza Itioka entende que a palavra proferida pode ser profética, mas que é necessário avaliar se o que foi dito está de acordo com a Bíblia: "Há muito abuso nisso, mas Deus vai falar no momento".

Mesmo com o alerta, Neuza crê que a palavra pode efetivamente alterar circunstâncias e manifestar o poder de Deus. "Por exemplo, está chovendo e daqui a pouco a conferência vai começar. Como é que fica? E você sabe que aqui no Brasil existe uma entidade espiritual que trabalha com vento e água, chamada Iansã. Aí você vai dizer: 'Ah, Deus, se for da sua vontade você leva essa água, tá?' Não. 'Senhor, em nome de Jesus, nós ordenamos agora, nós sabemos que existe uma guerra espiritual, existem esses demônios que não querem que o povo venha nessa conferência. Pedimos para que o senhor libere verdadeiramente um tempo bom e leve essa chuva. Você, Iansã, que está por trás dessa chuva, desse negócio aí, tire agora sua mão'".

Para o pastor e presidente da Editora Naós, Ubirajara Crespo, antes de proferir palavras, é necessário estar com os "lábios purificados" para que haja manifestação do poder de Deus, sem necessariamente realizar um ato profético para fazer as declarações. "Quando os participantes desses atos proféticos usam seus lábios para proferir bênçãos hoje e amanhã maldições, o ato fica seriamente comprometido. De que adianta participar hoje de um ato profético, se amanhã eu for insensível com minha esposa, depois de amanhã gritar com meu empregado e na semana seguinte der uma fechada em alguém no trânsito?", questiona Crespo.

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