“Para muitas pessoas que sofreram abuso, a igreja é um lugar inseguro”, diz pastora

Beth Moore incentivou as igrejas a serem não apenas um local de refúgio, mas um lugar de cura para as vítimas de abuso.

Fonte: Guiame, com informações do Christianity TodayAtualizado: sexta-feira, 14 de dezembro de 2018 às 14:23
Beth Moore em discurso na cúpula sobre abuso sexual no Wheaton College. (Foto: Brendan Jones)
Beth Moore em discurso na cúpula sobre abuso sexual no Wheaton College. (Foto: Brendan Jones)

A igreja não deve ser apenas um local de refúgio, mas também de cura para as vítimas de abuso sexual, de acordo com a evangelista Beth Moore. Seu discurso marcou uma cúpula realizada nesta quinta-feira (13) na Wheaton College, uma faculdade cristã em Illinois, nos Estados Unidos.

Com um histórico de abuso, Moore contou que esperava que a igreja pudesse fazer mais. “Eu sou um sobrevivente. Minha casa era um lugar inseguro. Minha igreja era meu porto seguro. Mas poderia ter feito diferença se esse porto seguro não tivesse sido apenas um lugar para se esconder, mas um lugar para se curar”.

Moore se juntou a líderes evangélicos como Max Lucado, Christine Caine e Eugene Cho, para um evento promovido pelo Centro Billy Graham com discussões sobre como responder ao assédio sexual, abuso e violência dentro das igrejas.

Em seu discurso, Moore convidou os líderes a reavaliarem o papel da Igreja na relação com as vítimas. “Para um grande número de mulheres e meninas, homens e meninos, a igreja tem sido um lugar inseguro. Isso não deveria mudar com tudo o que ficamos sabendo? Com tudo o que vimos e ouvimos? Deus nos ajude, pois o julgamento começa com a Sua casa”.

A evangelista australiana Christine Caine, fundadora do ministério que combate o tráfico humano “A21”, também abordou a dificuldade de trazer casos de abuso nas igrejas. “Se mantivermos uma coisa em oculto, vamos acabar mantendo muitas coisas em oculto”, disse a pregadora, que foi vítima de abuso sexual nas mãos de membros da família.

O pastor Eugene Cho, fundador da organização One Day's Wages, observou que vários membros de igrejas disseram a ele que nunca ouviram um pastor falar sobre violência doméstica ou abuso sexual nas congregações.


Max Lucado em discurso na cúpula sobre abuso sexual no Wheaton College. (Foto: Brendan Jones)

Também fui vítima

Vários líderes evangélicos que participaram da cúpula revelaram que também foram vítimas de abuso ou assédio sexual, inclusive o escritor best-seller Max Lucado. “Aconteceu na minha infância. Não foi por um membro da igreja ou da minha família, mas por um líder comunitário”, revelou.

Esta foi a primeira vez que Lucado revelou isso publicamente. Ele abriu sua experiência por compreender a dificuldade de “recuperar o equilíbrio, tendo passado por este tipo de situação”.

Lucado aproveitou para expandir sua empatia às mulheres. “Agora é a hora das conversas nas mesas de café começarem com as palavras: ‘Me ajude a entender como é ser uma mulher nos dias de hoje. Me ajude a saber como é ouvir os caras rindo sobre meu peso ou tamanho do busto. Me ajude a entender como é estar sempre em desvantagem na sala de reuniões. Me ajude a entender o que é ter medo de apresentar uma queixa no local de trabalho, porque meus supervisores são todos do sexo masculino. Me ajude a entender como é ser motivo de vaias, assobios e piadas sujas. Me ajude a entender’”.

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