Pastor celebra aniversário, realizando festa com moradores de rua

Ex-traficante, o pastor João Bispo afirmou que, assim como Deus mudou sua vida, ele também quer ajudar a transformar as vidas de outras pessoas.

Fonte: Guiame, com informações do 24 Horas NewsAtualizado: domingo, 27 de março de 2016 às 13:49
Pastor João Bispo ora pelos necessitados, enquanto os recebe em sua festa de aniversário. (Foto: Reprodução)
Pastor João Bispo ora pelos necessitados, enquanto os recebe em sua festa de aniversário. (Foto: Reprodução)

Na última quinta-feira, 24, um pastor decdiu realizar sua festa de 50 anos de idade, com uma celebração aberta, da qual todos os moradores de Barra do Garças (MT) puderam participar.

Realizada na feira coberta da cidade, a festa do pastor João Bispo teve direito a galinhada, bolo e refrigerante. Desde o início, o objetivo do pastor era receber na festa, pessoas que não tem o que comer e, de fato, moradores de rua apareceram no local. Pastor João os recebeu com um abraço e afirmou que eles eram 'convidados especiais'.

O pastor, que atualmente mora em Cuiabá, viveu em Barra do Garças até 2008 e afirma que, assim como Deus mudou sua vida, ele também quer ajudar outras pessoas.

"É meu aniversário, estou fazendo 50 anos de idade, eu poderia ir para um clube com os meus amigos, tomar um banho e comer uma carne assada. Mas eu preferi pegar essa data do meu aniversário para fazer algo para as pessoas que estão desprovidas de Deus (moradores de rua). Vou cobrar da sociedade, dos vereadores, vou até o prefeito, vou lutar por esse povo", destacou o João Bispo, que atualmente lidera a igreja Casa de Oração, em Cuiabá.


Investindo em vidas
Quando questionado sobre a ressocialização dos desabrigados e viciados em drogas, como os que apareceram em sua festa, pastor João destacou que acredita que eles realmente precisam de ajuda e falou sobre os projetos nos quais sua igreja investe para alcançar esse objetivo.

"Em Cuiabá nós temos duas casas de recuperação. Temos uma casa feminina e uma masculina, sou pastor da igreja Casa de Oração em Cuiabá, inclusive lá já tem pessoas que estão no mercado de trabalho, tem pastores, pessoas que foram tiradas das ruas por Jesus", relatou.

Ex-traficante de drogas, pastor João também reconheceu que o processo de recuperação dos internos não é um processo simples, mas mesmo assim não tem desanimado.

"Não é fácil, eles ficam 3 dias na casa, fogem, nós vamos atrás deles, chegamos lá e eles estão devendo para a boca de fumo, nós negociamos com os traficantes, os resgatamos novamente. O nível é de recuperação é baixo, mas se de 10, 4 recuperarem nós estamos felizes. Eu tenho um amigo chamado Luiz Ermino, ele era morador de rua e hoje tem uma casa de recuperação em Itajaí, com 200 pessoas. Eu sou outra prova viva, fui viciado em drogas, fui traficante e hoje estou aqui", disse.

Pastor João conta que ideia de iniciar um trabalho com clínicas de recuperação foi lançada pelo pastor presidente de sua denominação, após ambos verem o desespero de famílias de jovens que se entregam ao vício.


Descaso
Quando questionado sobre a realção das igrejas em geral com dependentes químicos, pastor João Bispo afirmou que ainda há muito a ser feito nesta área.

"Sinceramente, hoje eu levantei e chorei. Quando Jesus veio ao mundo ele convocou 70 homens, destes 70 ele escolheu 12, dos 12, 3 eram mais chegados. Eu convidei 4 igrejas para me ajudar, tive que levantar as 6 da manhã hoje e não tinha uma pessoa para me ajudar", desabafou.

"As pessoas hoje querem púlpito, os irmãos da igreja querem Jesus por causa de alguma coisa que os beneficie, eles não vem por amor a Deus. As vezes eu tenho vergonha de falar que sou pastor. Os evangélicos gostam de bater no peito e dizer que Deus os deu um carro novo, mas não tiram um tempo para saciar as necessidades das pessoas".

João Bispo ainda destacou que uma maior parceria entre as mais de 100 igrejas do município de Barra do Garças, poderia mudar o quadro dos dependentes químicos e desabrigados da região.

"Barra do Garças tem mais de 100 igrejas, se tivesse a união de pelo menos 50, você não veria pessoas jogadas nas ruas sem um prato de comida", afirmou.

 

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