Um pastor e teólogo alertou os cristãos sobre o perigo da paixão por esportes se tornar idolatria.
Mark Jones, ministro na igreja Faith Presbyterian Church, em Vancouver (Canadá), mostrou como podemos cair no erro de idolatrar um time ou uma prática esportiva, em artigo para o Desiring God.
“Louvor incessante, canções apaixonadas, desejo de vencer, unidade de espírito, adoração direcionada, lamento pelas falhas, lotação máxima, e tudo em um lindo santuário. Isso pode soar como um culto religioso, mas na verdade foi a experiência que tive há alguns anos em um jogo de futebol profissional na Inglaterra”, observou Mark.
“Apesar do lugar, foi encorajador ouvir homens cantarem com paixão, uma paixão que muitas vezes falta na adoração congregacional”.
Para o pastor, que já foi atleta e treinador, os fãs de esportes mostram como homens e mulheres foram feitos para adorar, celebrar a glória e admirar a excelência.
“Nós somos adoradores. Não está em questão se adoramos, mas o quê ou quem adoramos. E atualmente, muitos adoram os esportes de uma forma ou de outra”, avaliou Jones.
O líder observou que as pessoas estão mais sujeitas à idolatria quando torcem pelos seus times favoritos.
“Praticar esportes e torcer pelo time favorito não é necessariamente um problema (como eu disse, já fui jogador, torcedor e treinador). Porém, como tudo na vida cristã, devemos aprender a administrar sabiamente os dons de Deus”, ensinou.
Mark afirmou que Deus criou o ser humano para ter bons desejos, como amar e expressar alegria. Porém, muitas vezes, a nossa natureza pecaminosa contamina os bons desejos, fazendo com que o homem adore mais a criação do que o Criador.
“O desejo, a alegria, o medo e o luto são paixões que correm soltas entre muitos fãs de esportes, e onde paixões fortes caminham soltas, é necessário proceder com muito cuidado”, ponderou o pastor.
Torcedores escravizados
Para avaliar se o esporte se tornou idolatria, Mark sugeriu que o cristão pergunte para si mesmo: “O nosso amor pelo esporte nos afasta do culto coletivo no Dia do Senhor ou nos distrai consistentemente durante o culto?”, “O nosso prazer nos esportes está prejudicando alguém – inclusive a nós mesmos?”.
E continuou: “Alguns homens podem ficar tão angustiados ou zangados quando o seu time perde que descarregam a sua raiva nos outros, até mesmo nos seus próprios familiares. Isto é uma violação do sexto mandamento”.
“Não é incrível como podemos ficar tão irritados com homens suados com os quais não temos nenhum relacionamento e que usam uma camisa de cor diferente do outro grupo? Nenhum desses homens suados dá a mínima para os meus sentimentos”, refletiu.
Além disso, o líder lembrou que a alegria causada por eventos esportivos são passageiras.
“Mesmo quando o seu time vence o campeonato, a alegria dura pouco: agora começa a próxima temporada, onde nos preocuparemos com o treinamento ou com a qualidade dos jogadores recém-contratados”, disse.
Libertos pelo amor de Deus
Segundo Mark, a idolatria pelo esporte só pode ser combatida a substituindo pelo amor a Deus.
“Como filhos, o amor a Deus Pai (1 João 3.1) é um deleite que nos liberta da escravidão pela glória do esporte. Portanto, a não ser que o nosso amor a Deus esteja baseado em tudo o que Ele fez e fará por nós, ficaremos cada vez mais viciados em atividades mundanas, como os esportes”, explicou.
E completou: “Tanto o nosso amor pelo Pai como a nossa esperança de sermos semelhantes a Cristo ao vê-lo nos dão a paixão de tornar a adoração a Deus, e não aos esportes, central na nossa vida cotidiana como povo de Deus”.
E o líder americano ainda exortou os torcedores cristãos. “Se os torcedores dos times conseguem se reunir toda semana para se sentar em um lugar quente e desconfortável, cantando em voz alta e gritando para estimular a sua equipe à vitória, não deveríamos também ser capazes de nos reunir com os nossos irmãos e irmãs para celebrar com mais entusiasmo as vitórias do nosso Rei e as suas glórias eternas?”.
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