Pastor explica como a possível retomada do Jubileu em Israel aponta para Jesus

O pastor Joel Engel observa que há um clamor entre os líderes judaicos de Israel para a observância do Jubileu, por causa de seu sentido profético.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: sexta-feira, 8 de abril de 2022 às 15:22
(Foto: Unsplash/Levi Meir Clancy)
(Foto: Unsplash/Levi Meir Clancy)

O ano do Jubileu, descrito no livro de Levítico, é aplicado só aos judeus ou também aos cristãos? O pastor Joel Engel explica que a data bíblica tem um sentido profético que afeta tanto a Igreja quanto Israel.

“A palavra jubileu vem da palavra ‘júbilo’ e está em Levítico 25, quando Deus instituiu o Ano do Jubileu como um ano de restituição, alegria, paz, prosperidade e liberdade aos cativos”, explica Engel.

A observância do ano do Jubileu foi interrompida quando as 10 tribos foram exiladas há aproximadamente 2.700 anos. Antes dessa época, os judeus aplicavam as leis do Jubileu, como a libertação de escravos e a devolução de propriedades.

Atualmente, na ausência de um tribunal judaico como o Sinédrio, a comunidade judaica em Israel não observa o ano do Jubileu. De acordo com a tradição judaica, o restabelecimento do ano jubilar conforme as especificações bíblicas é parte do “processo messiânico”.

No entanto, o pastor Joel Engel observa que há um clamor entre os líderes judaicos de Israel para a observância do Jubileu, por causa de seu sentido profético. “Os sábios estão anunciando que depois do Jubileu, o Messias pode vir a qualquer momento”, disse ele.

Um exemplo disso é a declaração de Yekutiel Fish, um proeminente rabino do misticismo judaico — que tem a Cabala como principal linha — em janeiro de 2022. O rabino lamentou o fato da data não ser guardada em Israel e afirmou que “o Messias será revelado no Jubileu”.

Atualmente, pelo calendário judaico, estamos no ano 5782. O próximo ano judaico, 5783, terá início em setembro de 2022.

O que é o Ano do Jubileu e qual a ligação com os cristãos?

“A primeira dificuldade em relação ao Jubileu é que a maioria dos cristãos acredita que isso se aplica só aos judeus”, observa o pastor Joel Engel.

Joel Engel tem sido um estudioso sobre o ano jubilar e explica que tem ampliado sua compreensão sobre essa data. Conforme Levítico 25, depois de sete ciclos de Shemitá, após 49 anos, o 50º ano é Jubileu.

“O judeu esperava o ano do Jubileu com muita expectativa. Ele sabia que ao toque do shofar, suas terras seriam restituídas, as dívidas seriam quitadas e tudo o que perdesse seria restaurado”, explica o pastor.

Embora muitos acreditem que o Jubileu tenha uma relação apenas com o Antigo Testamento, Engel usa o Evangelho de Lucas para vincular as bênçãos do jubileu aos cristãos.

Em Lucas 4:16-21, a Bíblia relata que Jesus foi a uma sinagoga em Nazaré no dia de sábado e leu a seguinte profecia de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”. Depois de finalizar a leitura, Jesus concluiu: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”.

Por isso, Engel ensina que “o ano aceitável do Senhor é o ano do Jubileu.”

“Muitos teólogos acreditam que o ano aceitável do Senhor tem relação com o futuro,  com o milênio do governo de Cristo na terra. Mas Jesus veio ensinar como podemos viver o jubileu — Ele veio para cumprir essa lei”, afirma.

Por fim, Engel lembra que, para os cristãos, o Messias já veio e cumpriu o Jubileu. “Eu e você somos como escravos que não tinham direito nenhum a herança. Mas Jesus veio e pagou a nossa dívida, para nos resgatar”, lembra.

Para Engel, Cristo é o cumprimento do Jubileu e os cristãos podem viver todas as bênçãos prometidas neste período, por meio do Filho de Deus. “Jesus anunciou o Jubileu porque Ele pagou o preço com a sua vida. E por isso nós podemos ter o nosso Jubileu”, disse ele.

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