Pastor processado por chamar o Islã de "satânico" é absolvido na Irlanda

O processo judicial foi iniciado depois que, em uma de suas pregações transmitidas pela internet, o pastor afirmou que islamismo é "pagão", "satânico" e "uma doutrina gerada no inferno".

Fonte: Guiame, com informações de Christian TodayAtualizado: terça-feira, 5 de janeiro de 2016 às 13:05
Líder da Igreja Whitewell Metropolitan Tabernacle, o pastor James McConnell, de 78 anos, foi absolvido da acusação de discurso de ódio contra muçulmanos. (Foto: Reprodução/ Daily Mail)
Líder da Igreja Whitewell Metropolitan Tabernacle, o pastor James McConnell, de 78 anos, foi absolvido da acusação de discurso de ódio contra muçulmanos. (Foto: Reprodução/ Daily Mail)

O pastor James McConnell, de 78 anos, foi absolvido da acusação de discurso de ódio contra muçulmanos, de acordo com decisão do tribunal de Belfast, capital da Irlanda do Norte.

O processo judicial foi iniciado depois que, em uma de suas pregações transmitidas pela internet, o pastor afirmou que islamismo é "pagão", "satânico" e "uma doutrina gerada no inferno".

Líder da Igreja Whitewell Metropolitan Tabernacle, McConnell foi acusado pelas autoridades de usar a rede pública de comunicação eletrônica indevidamente, por meio de uma mensagem grosseiramente ofensiva.

Na ocasião, o pastor explicou que "a religião muçulmana foi criada centenas de anos depois de Cristo", o que significa que não é uma doutrina pioneira, como acreditam os islâmicos.

"Maomé, o profeta islâmico, nasceu por volta do ano 570 d.C, mas os muçulmanos acreditam que o islã é a religião verdadeira. Agora as pessoas dizem que há bons muçulmanos na Grã-Bretanha. Isso pode ser verdade, mas eu não confio neles", disse McConnell.

Durante seu julgamento, o pastor voltou a confirmar o que disse em seu sermão. "Eu estava atacando a teologia do Islã, eu não estava atacando nenhum muçulmano individualmente. Eu não percebi que as pessoas muçulmanas boas se sentiriam feridas. Eu não fui para a igreja para provocar ninguém. Entrei na igreja para apresentar a verdade", disse ele ao tribunal. 

O veredicto foi bem recebido por Peter Lynas, diretor da Aliança Evangélica da Irlanda do Norte. "O veredicto de hoje é uma vitória para o senso e a liberdade de expressão. No entanto, até que a lei seja alterada ou a orientação clara seja emitida, ainda haverá preocupação com a ação penal. O Ministério Público precisa explicar por que este caso foi levado a diante, e assegurar a todos que isso não irá acontecer novamente", disse ele.

Apoio

McConnell conseguiu o apoio não apenas dos cristãos evangélicos, mas também de muçulmanos e ateus preocupados com o risco à liberdade de expressão. Muhammad al-Husseini, um pesquisador de estudos islâmicos no Instituto de Westminster, viajou para Belfast para apoiá-lo durante o julgamento.

"Contra o pano de fundo de fogo das igrejas cristãs incendiadas, execuções sangrentas e massacres das minorias religiosas no Oriente Médio e em outros lugares, é uma questão de extrema preocupação que, neste país, temos de cumprir o nosso dever comum com firmeza para defender a liberdade dos cidadãos para discutir, debater e criticar idéias e crenças religiosas - restringindo o único discurso que incita à violência física contra os outros", afirmou al-Husseini.

Boyd Sleator, presidente da organização Atheist NI, também se manifestou: "As observações do pastor McConnell pode atacar muitos como uma ofensiva, mas como sociedade, devemos resistir à tentação de classificar as coisas como 'criminosas', simplesmente porque elas podem ferir nossos sentimentos."

McConnell disse ainda, em entrevista ao Belfast Telegraph nesta segunda-feira (4), que ele se recusaria a pagar qualquer multa imposta pelo juiz e que estava preparado para ir à prisão por suas crenças. "É uma questão de princípios. Pagar uma multa seria uma admissão de culpa e eu tenho dito, desde o início, que eu sou um homem inocente."

"Eu não quero sentar na cela de uma prisão, mas eu prefiro fazer isso do que pagar uma multa por algo que eu não acredito ser um crime", finalizou.

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