Os ídolos nem sempre vêm na forma de estátuas ou templos pagãos. Para muitos pastores, os “ídolos modernos” podem ser desejos humanos, que têm uma grande influência na vida dos cristãos.
De acordo com um estudo da Lifeway Research, publicado pela Baptist Press na terça-feira (9), a maioria dos pastores protestantes dos EUA enxergam como ídolos o conforto (67%), controle ou segurança (56%), dinheiro (55%) e aprovação (51%).
“Esses deuses não têm um santuário físico, mas competem pelos corações dos cristãos”, disse o diretor executivo da Lifeway Research, Scott McConnell.
Depois de apontarem o conforto, segurança, dinheiro e aprovação como ídolos, os pastores também dizem que o sucesso (49%), a influência social (46%), o poder político (39%) e o sexo ou amor romântico (32%) são ídolos atuais em suas igrejas. Outros 14% dos pastores dizem que nenhum desses são ídolos que influenciam suas congregações.
Os pastores mais jovens são mais propensos do que líderes mais velhos a identificar os ídolos modernos em suas igrejas — pastores de 18 a 44 anos são os mais propensos a dizer que o poder político (55%) e o controle ou segurança (72%) são ídolos em suas igrejas.
Quanto mais jovens os pastores são, mais provável é que vejam o dinheiro como um objeto rival de adoração.
Além disso, os pastores mais velhos são menos propensos a identificar qualquer um desses ídolos entre suas ovelhas. Pastores entre 55 e 64 anos (18%) e mais de 64 anos (19%) são mais propensos a dizer que nenhum desses são ídolos em suas igrejas.
“As grandes diferenças que vemos entre pastores mais jovens e mais velhos não podem ser explicadas de forma definitiva por este estudo”, disse McConnell. “Há sinais de que os pastores mais jovens têm a mentalidade de que os ídolos são desenfreados hoje, enquanto os pastores mais velhos podem ser mais lentos para classificar um deles como algo que influencia seu povo, ou podem definir os ídolos de forma mais restrita”.
(Gráfico: LifeWay Research)
Diferenças entre pastores e denominações
Pastores com níveis mais altos de educação são mais propensos do que pastores com menor grau de formação a apontar o dinheiro, o controle e a segurança como ídolos em suas igrejas.
Pastores com mestrado (64%) ou doutorado (57%) são mais propensos do que aqueles sem diploma universitário (43%) a dizer que o dinheiro é um ídolo em suas igrejas.
Já os pastores de igrejas maiores são mais propensos a identificar ídolos de influência social e sexo em suas congregações do que pastores de igrejas menores.
Pastores de igrejas com mais de 250 membros (55%) são mais propensos do que aqueles com menos de 50 membros (39%) a dizer que a influência social é um ídolo. O mesmo acontece na questão do sexo ou amor romântico.
“De muitas maneiras, os três principais ídolos que os pastores reconhecem em suas igrejas estão relacionados. Conforto e segurança atraem o coração da maioria das congregações, mas muitas vezes são possibilitadas pela busca de mais dinheiro”, disse McConnell.
“Os pastores de níveis socioeconômicos mais altos são mais rápidos em reconhecer a influência da segurança e do controle, enquanto os pastores de níveis socioeconômicos mais baixos enxergam mais rapidamente a atração do conforto”.
As diferenças denominacionais também desempenham um papel no reconhecimento das influências idólatras em suas igrejas. Pastores não denominacionais (23%) e pentecostais (20%) são mais propensos do que os pastores metodistas (9%) ou do movimento restauracionista (6%) a dizer que não enxergam nenhum ídolo influenciando seus membros.
Conforto, segurança e dinheiro: os ídolos mais influentes
Conforto, controle ou segurança e dinheiro estão no topo da lista de ídolos modernos com maior influência nas igrejas.
Diante disso, McConnell observa que há uma “obsessão” dos cristãos americanos em conquistar mais coisas, mesmo dentro da igreja.
“A maioria das congregações luta contra a influência dos confortos do primeiro mundo, e o segundo ídolo moderno mais comum das igrejas é o compromisso de manter seguros os confortos que já possuem”, afirma.
A pesquisa da Lifeway Research foi feita por telefone com 1.000 pastores protestantes, de 1 a 29 de setembro de 2021. Cada entrevista foi realizada pelo pastor sênior ou pastor único da igreja, de diversas regiões dos Estados Unidos. A margem de erro é de 3,2%.
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