Pesquisa: Cristãos que apoiam casamento gay são mais permissivos em outras questões morais

Fonte: GuiameAtualizado: quinta-feira, 14 de agosto de 2014 às 13:19
Pesquisa: Cristãos que apoiam casamento gay são mais permissivos em outras questões morais
Pesquisa: Cristãos que apoiam casamento gay são mais permissivos em outras questões morais

Pesquisa: Cristãos que apoiam casamento gay são mais permissivos em outras questões moraisUma nova pesquisa de opinião feita nos Estados Unidos mostrou que os cristãos que apoiam o casamento gay são mais propensos a ter opiniões permissivas em realção a outras questões de moralidade sexual, tais como o divórcio e pornografia, mais semelhantes à população em geral e muito diferentes de cristãos que apoiam o casamento tradicional (homem e mulher).

A pesquisa intitulada "Relacionamentos na America" foi realizada pelo sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas, que entrevistou 15.738 norte-americanos entre as idades de 18 e 60 anos. A partir desse exemplo, o pesquisador comparou os pontos de vista sobre uma série de questões de moralidade sexual dos cristãos praticantes que se opõem ao casamento gay (2.659 na amostra) e cristãos praticantes que apoiam o casamento gay (990 na amostra).

Regnerus escreveu sobre esta comparação em um artigo para o discurso público.

Quando questionados se "ver pornografia é normal", apenas cinco por cento dos entrevistados cristãos que se opõem ao casamento do mesmo sexo responderam que "concordam" ou "concordam fortemente", em comparação com 33% dos cristãos à igreja que apoiam o casamento homossexual. A média nacional é de 31%.

Todas as outras questões igualmente mostraram que os pontos de vista dos cristãos praticantes que apoiam o casamento homossexual foram similares às da população em geral, enquanto os cristãos que se opõem à união homoafetiva se posicionavam diferente da população em geral.

Sobre a questão de saber se "sexo antes do casamento é normal", a diferença entre os oponentes / apoiantes do casamento gay entre os cristãos foi de 26 pontos percentuais (11 por cento e 37 por cento, respectivamente).

Poucos cristãos praticantes que se opõem ao casamento do mesmo sexo concordaram que "é normal que duas pessoas que já estão juntas em relacionamento amoroso não precisam esperar mais nada para ter relações sexuais" (cinco por cento); "às vezes é admissível que uma pessoa casada tenha sexuais com alguém que não seja seu / sua cônjuge" (um por cento) e "é normal que três ou mais adultos cheguem a um consentimento para viverem juntos em um relacionamento amoroso / sexual" (um por cento). Fiéis que apoiam o casamento do mesmo sexo foram muito mais propensos a dizer que estas coisas eram "normais" (37 por cento, 33 por cento, 8 por cento e 16 por cento, respectivamente).

Quando perguntado, se "um casal que tem filhos, deve permanecer casado a menos que haja abuso físico ou emocional" (ênfase no original), cerca de metade, 52% dos cristãos que se opõem ao casamento do mesmo sexo concordaram, enquanto apenas um terço dos cristãos que apoiam o casamento homossexual concordou.

"Os dados obtidos não concluem que o fato de apoiar o casamento homossexual vai mudar automaticamente seus pontos de vista sobre uma série de questões de moralidade sexual. A explicação é mais complicado", alertou Regnerus, professor de sociologia da Universidade do Texas em Austin.

O sociólogo esclareceu que os padrões e sistemas morais no que diz respeito a sexo e sexualidade tendem a uma "caixa de ferramentas personalizada".

"Elas refletem visões distintas da finalidade do sexo e relacionamentos significativos (e sua calendarização adequada), o significado de coisas como papéis de casamento e de gênero, e ideias básicas sobre os direitos, bens e privacidade. Os norte-americanos os constroem em combinações completamente distintas", escreveu ele.

Contextualização
A questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo tem estado cada vez mais em pauta, não somente nos Estados Unidos, como também no Brasil. Militantes gays e representantes cristãos têm travado longos debates sobre a questão.

Denominações cristãs nos Estados Unidos, por exemplo, têm debatido se a homossexualidade é de fato um pecado e se desejam permitir a ordenação de homossexuais celibatários, ordenação de homossexuais não-celibatários, bênçãos de uniões do mesmo sexo, e ritos de casamento para casais do mesmo sexo. Exemplo disto foi a Igreja Presbiteriana do país (PCUSA) que no primeiro semestre deste ano (2014) votou a favor do casamento gay para serem celebrados em suas congregações.

Líderes da Igreja Presbiteriana do Brasil lamentaram a decisão da PCUSA e destacaram que há tempos já não há mais ligação entre as denominações de cada país.

Representantes, como os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano têm sido considerado "polêmicos" por seus posicionamentos em relação à legalização do casamento gay e leis como o PLC 122 (projeto que já foi barrado no Congresso).

Nesta semana, Feliciano foi absolvido pelo STF de acusações de homofobia. As denúncias se baseavam em frases que o deputado teria publicado nas redes sociais e foram consideradas homofóbicas.

Além destes, a psicóloga cristã e agora candidata a deputada federal, Marisa Lobo teve o seu registro profissional cassado sob acusações de proselitismo religioso. Apesar de não constar em seu processo de cassação, atitudes consideradas "homofóbicas", militantes gays comemoraram a decisão tomada pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná em razão de outras acusações feitas à profissional, como a de promover algum tipo de "cura gay" em seu consultório. Tais denúncias acabaram sendo rejeitadas por falta de provas.

Com informações do Christian Post

Tradução por João Neto - www.guiame.com.br 

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