Pesquisa revela que quase metade dos cristãos participam mais de uma igreja nos EUA

A pesquisa realizada pelo “Hartford Institute for Religion Research” afirmou que 46% dos aproximadamente 24.000 cristãos relataram envolvimento ativo com mais de uma igreja.

Fonte: Guiame, com informações de Religion News ServiceAtualizado: terça-feira, 17 de junho de 2025 às 13:38
Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/Sam Balye)
Imagem Ilustrativa. (Foto: Reprodução/Unsplash/Sam Balye)

Após cinco anos do início da pandemia da Covid-19, quase metade dos cristãos participa regularmente de cultos em outras igrejas além da sua. Seja de forma presencial, por meio de transmissões online ou pela TV, eles acompanham as ministrações e, além disso, muitos também contribuem com ofertas físicas e virtuais.

Pesquisadores do estudo realizado pelo “Hartford Institute for Religion Research” descobriram que 46% dos aproximadamente 24.000 cristãos relataram envolvimento ativo com mais de uma igreja.

A participação em outras congregações não impediu esses cristãos de continuarem atuando em seus ministérios na igreja principal, explicou Scott Thumma, pesquisador principal do estudo “Explorando o Impacto da Pandemia nas Congregações”.

“Participar regularmente de vários cultos não prejudicava o comprometimento de ninguém com sua igreja local, pelo contrário, era como se essas pessoas religiosas altamente comprometidas quisessem/precisassem de mais sustento espiritual do que sua igreja fornecia e buscassem esse sustento em outro lugar, enquanto permaneciam envolvidas em sua igreja local”, disse ele ao Religion News Service.

Entre as dezenas de milhares de cristãos que participaram da pesquisa, metade se identificava como protestante evangélico (50%), um terço como católico ou ortodoxo (32%) e 18% como protestante tradicional. Cerca de 7 em cada 10 frequentavam igrejas com 250 ou mais membros (71%), a maioria participa de congregações que realizam cultos online (85%) e quase um quinto faz parte de congregações multirraciais (19%).

Os pesquisadores do projeto, que já haviam entrevistado alguns líderes, afirmaram que a pesquisa mais recente — divulgada na última segunda-feira (16) — analisa os comportamentos e atitudes das pessoas com maior probabilidade de frequentar a igreja.

“Da perspectiva dos 24.000 cristãos que entrevistamos, o quadro que emerge é amplamente positivo. Este lugar significa tudo para mim: principais descobertas de uma pesquisa nacional com cristãos nos Estados Unidos pós-pandemia”, diz o relatório.

E continua: “Muitos outros entrevistados afirmaram que sua fé religiosa e espiritualidade se fortaleceram desde a pandemia. Da mesma forma, as doações financeiras aumentaram, assim como o envolvimento e o voluntariado”.

A atuação dos cristãos nas igrejas

Os pesquisadores descobriram que 3 em cada 4 cristãos participam principalmente ou exclusivamente de cultos presenciais. Cerca de 19% relatam frequentar tanto cultos onlines como os presenciais, enquanto 7% afirmam participar exclusivamente — ou na maior parte do tempo — de cultos virtuais.

“Ao comparar os entrevistados que comparecem pessoalmente com aqueles que assistem online, os primeiros são mais propensos a se voluntariar na congregação, comparecem com mais frequência e têm mais amigos próximos na igreja”, informou o relatório.

De modo geral, além dos cultos, a participação em outras atividades e programas da igreja — como estudos bíblicos, louvor, grupos sociais e confraternizações — aumentou ou se manteve estável nos últimos cinco anos.


Após a pandemia, as ministrações online têm atraído novos convertidos. (Foto: Reprodução/Unsplash/John Price)

A maioria dos entrevistados manteve seu nível de engajamento após a pandemia, enquanto entre 25% e 32% aumentaram sua participação e de 13% a 17% a reduziram. Já 38% dos entrevistados afirmaram ter começado a frequentar sua igreja atual nos últimos cinco anos.

“Curiosamente, entre os novos participantes da pesquisa, 22% relatam não frequentar uma congregação há anos e 8% indicam nunca ter participado de uma congregação antes daquela que frequentam atualmente. Esses 31% dos novos participantes representam ex-religiosos 'não religiosos' ou convertidos que estão abraçando a fé pela primeira vez na vida, ou retornados que 'reingressaram' após um lapso na participação”, observou o relatório. 

De longe, o principal fator que atraiu novos convertidos para uma igreja foi o alinhamento com seus valores, crenças e preferências (63%). Mais de 4 em cada 10 mencionaram o ambiente acolhedor (45%), a experiência de adoração (45%) e os vínculos denominacionais ou religiosos (44%).

‘Um quadro otimista’

Thumma destacou que os resultados da pesquisa “pintam um quadro mais otimista”, pois se baseiam nas opiniões de participantes ativos. 

Segundo ele, uma pesquisa com líderes religiosos pode oferecer uma visão mais ampla do estado de uma igreja, incluindo os membros mais comprometidos e os menos comprometidos. 

Além disso, após cinco anos da Covid-19, os padrões de frequência à igreja — desde a frequência até às doações e os estudos bíblicos — continuam mudando.

“Até o momento, nenhuma das duas pesquisas que realizamos registrou uma realidade estática de 'retorno ao normal'. As coisas ainda estão em fluxo. O impacto da pandemia na vida congregacional tem uma longa cauda de influência”, disse Thumma.

Os resultados são baseados em uma pesquisa com 24.165 adultos, representando mais de 80 denominações. Os entrevistados foram selecionados com base na frequência à igreja — pelo menos algumas vezes por ano, excluindo cerimônias como funerais e casamentos.

Quase dois terços dos entrevistados (61%) eram mulheres, 73% eram brancos e 10% eram imigrantes, enquanto 27% eram filhos de imigrantes.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições