Quando Jesus respondeu aos discípulos sobre os sinais que indicariam o “fim dos tempos”, no livro de Lucas, além de citar terremotos, guerras, fomes e pestes, Ele também disse que haveria “grandes sinais provenientes do céu” (Lucas 21.11).
No mesmo capítulo, Jesus especificou que estes sinais estariam “no sol, na lua e nas estrelas” e que os “poderes celestes seriam abalados” (vs. 25,26). E para completar, no livro de Atos, Pedro repete as palavras do profeta Joel, reforçando sobre tudo o que Deus fará nos “últimos dias”.
“...derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão. Mostrarei maravilhas em cima no céu e sinais embaixo, na terra, sangue, fogo e nuvens de fumaça. O sol se tornará em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor”. (Atos 2.17-20)
O que o texto quer dizer?
De acordo com o jornalista e pastor Michelson Borges, Cristo descreveu os sinais de Sua vinda. “Ele disse que poderíamos saber quando Seu retorno estivesse às portas”, comentou.
“Ao se cumprirem os sinais no Sol, na Lua e nas estrelas, podemos nos certificar de que a vinda de Cristo se aproxima”, disse ao Guiame. Para o jornalista esses sinais já aconteceram no passado.
Michelson Borges, jornalista e teólogo, em live sobre o Fim dos Tempos, em 19 de abril de 2020. (Foto: Reprodução/YouTube)
Ele aponta para o dia 19 de maio de 1780 — conhecido como o “dia escuro” — da Nova Inglaterra, como um dos sinais. O fenômeno durou até metade da noite seguinte, escurecendo tanto o Sol quanto a Lua.
Ao relacionar a profecia dos 1.260 dias (cumprida em anos) de Apocalipse 13, Michelson explica que foi o período de “tribulação” que a Igreja suportou durante a supremacia papal. “Quando houve a Inquisição, perseguições e mortes”, ele detalhou.
“Jesus explicou que ‘depois da tribulação daqueles dias’, que terminaram em 1.798, haveria os sinais, na Lua, no Sol, nas estrelas cadentes. Entendemos que esses sinais marcaram o começo do tempo do fim”, explicou.
Para o jornalista, então, “estamos vivendo o ‘fim’ do tempo do fim”. E não há previsão de sinais no céu para este momento. “Os sinais no céu somente marcaram o começo do fim dos tempos, entre os séculos 18 e 19”, resumiu.
Outras interpretações
Para o pastor e escritor Lamartine Posella, porém, os sinais estão no céu cada vez mais evidentes e apontam para a volta de Jesus. Ele postou um vídeo em seu canal no YouTube falando sobre a “super lua de sangue”.
Lamartine explica que, segundo a visão rabínica, um eclipse solar é um sinal de que Deus está tratando com os gentios. “E quando há um eclipse lunar ou ‘luas de sangue’ é sinal do juízo de Deus ou do tratamento com a nação de Israel”, especificou.
Ao lembrar da tétrade das luas de sangue, ou seja, da sequência em que esse fenômeno ocorreu entre os anos de 2014 e 2015, quando os eclipses lunares ou “luas sangrentas” apareceram quatro vezes no céu, com períodos de tempo curtos entre uma e outra, o pastor fez uma associação ao texto que está em Atos 2.19-20.
“O texto fala de eclipses”, apontou. “Segundo a Bíblia, antes da Grande Tribulação haverá eclipses solares e lunares. A Palavra está dizendo que o Sol se converterá em trevas e a Lua em sangue”, continuou.
Além disso, Posella relaciona o dia de “Shemitá”, que vai acontecer em setembro de 2021, como um período de juízo e também de livramento para Israel. O termo sabático “Shemitá” vem do vocabulário hebraico e quer dizer “libertação”. Trata-se de um evento que acontece de 7 em 7 anos.
No sétimo ano do ciclo se dá o descanso da agricultura. Assim como o sábado é o dia de descanso semanal das pessoas e dos animais [para os israelitas], o sétimo ano é dedicado para o descanso da terra.
Sobre as luas de sangue, ele enfatizou que os quatro fenômenos observáveis no céu aconteceram exatamente nas festas de Israel — Páscoa, Pentecostes, Yom Kippur [dia do perdão] e Sucot [festa dos tabernáculos]. “Foram sinais muito tremendos e as coisas estão acontecendo, o mundo está se preparando”, disse.
Opinião científica
Eduardo Lutz é matemático e doutor em Astrofísica e Física Nuclear e acredita que os sinais estão sempre relacionados com as coisas que chamam a atenção das pessoas. “A percepção do público é o que mais importa”, disse ao Guiame.
Ao falar sobre os “sinais do fim”, Lutz diz o seguinte: “Esperamos novos sinais nos céus daqui a não muito tempo, ainda antes da volta de Cristo. Mas são sinais para o futuro”, explicou.
Eduardo Lutz, matemático e doutor em Astrofísica e Física Nuclear. (Foto: Reprodução/YouTube/Michelson Borges)
O astrofísico não acredita que os atuais eventos celestiais sejam os sinais provenientes do céu, dos quais Jesus falou. “Há muitas fake news circulando, recentemente, misturando conceitos equivocados com informações falsas e associando isso com ensinamentos e profecias bíblicas”, acredita.
Uma estrela anunciou a chegada de Cristo
Na história da humanidade, muitos povos já observaram eventos astronômicos como sinais divinos. Um dos sinais mais notáveis, e que a Bíblia relata, foi o fenômeno da estrela de Belém, vista no céu na época do nascimento de Cristo, na ocasião de sua “primeira vinda”.
O teólogo e arqueólogo Rodrigo Silva, em seu programa Evidências do Fim, fala com detalhes sobre esse evento. Qual o sinal da profecia sobre a primeira vinda de Jesus? Uma estrela no céu.
A “estrela de Belém” foi um fenômeno registrado na tradição cristã que marcou o nascimento de Jesus Cristo. Foi através da estrela que os reis magos se guiaram para chegar até Jesus, conforme o texto em Mateus 2.1,2.
O arqueólogo conta que, nos tempos do Império Romano, as pessoas entendiam a passagem de um cometa como um mau presságio, mas na época da estrela de Belém isso mudou, porque havia uma profecia que estava próxima de se cumprir.
“Muitas pessoas, além dos judeus, entendiam que naquele tempo estava para nascer o Messias”, explicou Rodrigo. Mas, no contexto do Império Romano elas entenderam que, quando o cometa passou, Júlio César [que havia sido assassinado] havia se transformado em ser divino e que seu substituto seria o filho de Deus.
Duas histórias aconteceram paralelamente. Otaviano Augusto, o filho adotivo de Júlio César, o substituiu assumindo o cargo de primeiro imperador de Roma. Seu nome foi alterado para “Otaviano Augusto César”.
“Quando subiu ao poder, ele dizia que de acordo com as antigas profecias, uma estrela anunciaria a vinda do filho de Deus. ‘Pois, eu sou o filho de Deus que veio ao mundo’, ele disse. E nos chama a atenção que, muitas moedas romanas da época traziam a imagem de Augusto César, com o nome ‘filho de Deus’ e uma estrela sobre sua cabeça”, explicou o arqueólogo.
No mesmo tempo, nasceu o Messias que o povo judeu tanto esperava. E como os magos sabiam da profecia? Rodrigo acredita que o fato de o povo judeu ter ficado tanto tempo cativo na Babilônia e depois pelo império Persa, muitas das escrituras hebraicas foram lidas pelo mundo inteiro. “Os magos provavelmente conheciam as profecias”, explicou.
Estrelas podem sinalizar a segunda vinda de Cristo?
Segundo o pastor Antônio Júnior “não podemos ignorar os sinais que mostram que Jesus está próximo”. Mas, ao ler alguns versículos de Mateus 24, ele alerta também sobre a vigilância consciente.
“É importante observar os sinais, mas Jesus não quer que a gente fique olhando para o céu o tempo todo, só em busca de sinais. Ele não quer que a gente pare a nossa vida, mas que a gente viva e pregue o Evangelho”, disse.
De acordo com o pastor, nos últimos meses, muitas pessoas associaram “luzes vistas no céu” como sinais da volta de Cristo. Será? Em seu vídeo no YouTube, ele explica que alguns sites informaram que “as luzes eram reflexos do sol, reproduzidos por pequenos satélites do projeto Starlink, da empresa americana SpaceX”.
“Eles dizem que são pequenos satélites que voam em baixa altitude, e por isso é possível vê-los a olho nu, principalmente no início da noite ou antes do amanhecer, mas, eu tenho as minhas dúvidas”, compartilhou.
O influenciador digital aponta para todos os demais sinais que estão acontecendo, simultaneamente e de forma global. Além disso, ele reforça sobre os sinais no céu de forma abundante.
“Só em 2019, mais de 30 chuvas de meteoros foram vistas em todo o planeta”, citou entre outros fenômenos como queda de bolas de fogo e meteoritos sobre a terra. Sabemos que há explicações científicas, mas a frequência com que tudo isso está acontecendo é maior que no passado”, insistiu.
E finalizou dizendo que também acredita que a maioria das informações sobre sinais e aparições estranhas no céu não são verdadeiras. “Hoje em dia, é muito fácil manipular as imagens, Mas nós, cristãos, não podemos ignorar o que disse Jesus”, mencionou.
“Há sim, sinais no céu mostrando que Ele está voltando, e devemos estar preparados”, concluiu.
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