Na última sexta-feira (26), o presbítero André Sanchez, do blog Esboçando Ideias, respondeu através de um vídeo em suas redes sociais à pergunta de uma leitora sobre a árvore de Natal.
“Eu tenho costume de montar uma árvore de natal em casa, como uma forma de decoração, para deixar o ambiente mais bonito nessa época. Uma irmã que veio me visitar disse que isso é pecado, pois árvore de natal tem origem pagã, é coisa do diabo, traz coisas malignas para minha casa. Isso é correto?”
Segundo o teólogo, em primeiro lugar é preciso entender o que é “uma coisa pagã” e depois avaliar os critérios usados antes de selecionar o que deve ou não fazer parte de nossas vidas.
O que é paganismo?
No sentido mais simples do dicionário, ser pagão dentro do cristianismo é não seguir os conceitos cristãos.
Sanchez explica que “para alguns, se algo foi pensado ou fabricado fora dos conceitos de Deus, tem origem pagã e não pode ser usado, pois pode trazer maldição espiritual”, explicou.
É o que muitos pensam em relação à árvore de Natal. “Se tem origem pagã, no passado, a pessoa pensa que não deve utilizar”, explicou.
E, a maioria busca as origens desse ornamento na internet. “Eu digo ‘origens’ no plural porque tem uma série de histórinhas e lendas”, apontou.
“Não devemos temer o diabo”
Segundo o teólogo, não é possível pesquisar a origem de tudo o que usamos. “Não sabemos quem produz todas as coisas, se as pessoas as oferecem aos seus próprios deuses ou se são adoradores do diabo”, ponderou.
“Aqueles que satanizam a árvore de Natal ou as guirlandas deveriam também pesquisar a origem de todas as coisas que usam em seu dia a dia, caso contrário é uma hipocrisia”, considerou.
“Não devemos temer o diabo, pois ele não criou todas as coisas e o poder dele não está acima do poder de Deus”, continuou.
Assista o vídeo:
O que a Bíblia diz?
Sanchez explica que Paulo passou por um problema parecido, porém era com as coisas vendidas no mercado e os cristãos não sabiam se estavam comprando algo oferecido para um ídolo. Ele aponta para a resposta do apóstolo.
“Comam de tudo o que se vende no mercado, sem fazer perguntas por causa da consciência, pois do Senhor é a terra e tudo o que nela existe”. (1 Coríntios 10.25,26)
“Esse texto é libertador. Paulo está dizendo [nesse caso] para não questionarmos a origem de nada. O que a terra produz é o Senhor que faz produzir. Então consagre a Deus, pois tudo é Dele”, reforçou.
Ele também citou sobre as carnes oferecidas a ídolos, naquela época. “A comida não tem poder para nos trazer mal espiritual. Não é a comida o mais importante, mas o coração, a fé e o andar na vontade de Deus”, disse.
Além disso, o teólogo lembrou que Jesus comeu com os pecadores. “A nossa consagração é superior a qualquer outra consagração que alguma pessoa possa ter feito a demônios”, frisou.
Onde está o pecado?
Segundo o presbítero, o único pecado que pode haver ao montar uma árvore de Natal é quando a motivação envolve idolatria.
“Se você montar uma árvore e incluir a imagem de um santo, velas ou pedidos de boa sorte, você está caindo na idolatria e isso sim é pecado”, explicou. “Se a árvore for um simples enfeite, não há problema algum”, disse ainda.
Mas, é preciso cuidar para continuar dando um bom testemunho, segundo Sanchez. “Se alguns irmãos, vendo a sua árvore, encontrar algum problema e isso for motivo de discórdia, opte pela pacificação, para que isso não atrapalhe a fé do seu irmão”, esclareceu e finalizou.
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