Talibã pode influenciar grupos extremistas em todo o mundo, alerta Portas Abertas

Entre os grupos que podem entrar em ação estão o Estado Islâmico e o Al-Shabaab.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: sexta-feira, 15 de outubro de 2021 às 16:13
Extremistas islâmicos atuantes no noroeste do Mali, 2012. (Foto: Reuters)
Extremistas islâmicos atuantes no noroeste do Mali, 2012. (Foto: Reuters)

Depois que o Talibã tomou o poder no Afeganistão, em agosto deste ano, outros jihadistas ao redor do mundo foram inspirados e fortalecidos a fazer o mesmo. O cenário ideal, para eles, é quando um governo se torna corrupto e fraco. 

Em países africanos, por exemplo, onde os extremistas islâmicos também atuam, os governantes são vistos como ineficazes. E, por isso, tropas armadas dos Estados Unidos se fazem presentes nessas regiões, assim como acontecia no Afeganistão. 

Dessa forma, muitos extremistas passaram a acreditar que é inevitável que, um dia, as forças estrangeiras decidam sair e os extremistas tomem o poder. Esse é possivelmente o principal pensamento de membros do grupo Al-Shabaab, ativo na Somália e região. 

Somália: uma questão de tempo

Conforme análise da Portas Abertas, assim como no Afeganistão, militantes na Somália financiam as operações através de impostos ilegais e outras atividades ilícitas. Eles acreditam que “é apenas uma questão de tempo até que o mundo desista dos governos corruptos e fracos”.

Na opinião deles, é inexplicável que as potências estrangeiras continuem financiando uma guerra sem fim e um governo que está totalmente desvinculado do próprio povo. A queda do Afeganistão sob o Talibã pode fortalecer essa visão por lá. 

Depois da Coreia do Norte e Afeganistão, a Somália é o terceiro país na Lista Mundial da Perseguição de 2021, então vale lembrar que a situação dos cristãos somalis também pode piorar muito.

Novos recrutas em todo o mundo

O que esperar dos grupos extremistas? “Multiplicação” seria uma das respostas. A queda da capital Cabul sob o domínio do Talibã pode despertar essa multiplicação em diversas nações. 

Há lugares onde os grupos extremistas islâmicos não são violentos, mas com o atual cenário, eles podem mudar de estratégia, já que estão vendo no Talibã que isso pode dar certo — a violência e a intolerância podem levar ao poder. 

Outros grupos jihadistas também podem surgir e, de acordo com a Portas Abertas, principalmente em países africanos. “Para muitos grupos radicais islâmicos na África, o triunfo do Talibã é um incentivo que dá esperança, e até mesmo pode trazer novos recrutas de todo o mundo”. 

Portanto, o que aconteceu no Afeganistão deve servir de lição internacionalmente. Os governos que pretendem lutar contra grupos islâmicos radicais devem primeiro oferecer mudanças significativas para a população e apresentar um governo sem corrupção. 

 Caso contrário, na ausência dessas mudanças, o povo ficará insatisfeito com o governo vigente e os militantes entrarão em ação. Se o cenário for semelhante ao que era no Afeganistão, a resposta sobre o final da história está sendo exibida pelo talibãs como um exemplo. 

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