"Tentativa desesperada de manchar meu nome", diz José Bruno em nota

"Tentativa desesperada de manchar meu nome", diz José Bruno em nota

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:25

O ex-deputado estadual José Antonio Bruno (DEM) está sendo acusado de participar de um esquema de venda de emendas parlamentares a empreiteiras na Assembleia Legislativa do estado.

A testemunha, C.A.A.V., afirma ter visto Zé Bruno receber maços de notas de R$100,00 em seu gabinete.

Em resposta às acusações, José Bruno publicou uma nota explicativa:

Uma matéria envolvendo meu nome que foi publicada no Jornal O Estado de São Paulo nesta manhã de terça feira, 04/10/2011, dá conta de que uma pessoa por iniciais C.A.A.V. declara ter presenciado em meu gabinete em 2009, uma cena na qual eu receberia dinheiro em notas de R$ 100,00 provenientes de acordos de venda de emendas parlamentares. Respondi ao Jornal que este fato nunca aconteceu, nem sabia de tal denuncia pela corregedoria, ou seja, não fui notificado.

Em primeiro lugar uma pessoa que faz tal coisa desonesta, não o faz de forma aberta, dentro de sua sala, dentro da Alesp com sua porta aberta, além de desonesto me acusam de ser ignorante, não sou nem uma coisa nem outra.

Em segundo lugar, o ônus da prova é de quem acusa, aguardo as provas de tal fato. Meu mandato terminou em 14 de Março deste ano, portanto minhas declarações de imposto de renda, o fechamento das contas do gabinete e minha declaração de bens antes, e depois do mandato são públicos.

Por fim a pessoa denunciante com estas iniciais e que consta nos documentos, e que na matéria se diz um pastor, que trabalhou comigo, só existe um. Não tive acesso aos autos, mas creio ser Carlos Alberto Alves Vianna, conhecido como Bispo Carlinhos. Ele se apresenta como pastor autônomo de maneira falsa, ele é Bispo da Igreja Renascer e parte integrante de sua diretoria como um dos dez conselheiros. Foi exonerado por não comparecer no dia a dia de trabalho.

É feita a acusação, enviada ao um jornal, e um email do Yahoo que tem o nome falso da Casa da Rocha foi criado, e está sendo enviado a todos os membros da Igreja Renascer e recebido por muitos de nossos membros, contendo o link da matéria a meu respeito, evidente tentativa desesperada de manchar meu nome. 

Há um ano e meio tenho sido chamado de Judas, traidor, Ló, filho do diabo, através das redes sociais e comentários de duplo sentido em meios de comunicação ligados à Igreja Renascer desde meu desligamento. Isso é fato.

Diuturnamente as acusações de que em meu mandato havia desonestidade eram feitas por pessoas ligadas à Igreja Renascer. Tentativas outras de utilizar a mídia já foram feitas, tenho provas e apresentarei judicialmente. No momento oportuno serão divulgadas.

Não me preocupa o depoimento de outras pessoas que comigo trabalharam e que eram ligadas à Igreja Renascer, são testemunhas tendenciosas. Os funcionários que não eram evangélicos e os que eram de outras Igrejas e que não estão debaixo de tal influência podem atestar meu comportamento.

Lamento que você irmão tenha que passar por tal dissabor proveniente de pessoas que com estas atitudes demonstram seu caráter.

Quem acusa deve demonstrar a prova das acusações, como isso não acontecerá, ingressarei judicialmente contra o acusador por Calúnia e Difamação para reparação dos danos a mim causados.

José Bruno

A nota escrita por José Bruno é em resposta à seguinte matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo:

Ex-deputado estadual vendia emendas, diz testemunha à Corregedoria de SP

Segundo depoimento, José Antonio Bruno (DEM) recebeu, em 2009, maços com notas de R$ 100 por ter intermediado liberação de verbas; acusado nega

“Vi Fabrício entregar nas mãos do deputado José Antonio Bruno (DEM) um maço de notas de R$ 100”, afirmou a testemunha C.A.A.V., em depoimento na Corregedoria-Geral da Administração (CGA). As notas de R$ 100 teriam origem em suposto esquema de venda de emendas parlamentares na Assembleia Legislativa de São Paulo, denunciado pelo deputado Roque Barbiere (PTB).

A cena relatada ocorreu em agosto de 2009, enfatiza o depoente, que se identifica como “pastor evangélico autônomo”. O depoimento reforça ainda mais a denúncia de Barbiere, segundo quem deputados estaduais paulistas negociam sua cota de verbas no Orçamento do Executivo, por meio das emendas, com prefeitos e empreiteiras.

Ainda conforme o depoente, um homem identificado apenas como “Fabrício” frequentava o gabinete do parlamentar, mas não era funcionário: “Houve uma oportunidade em que Fabrício chegou muito eufórico na sede do gabinete, cumprimentou a todos e entrou direto na sala do deputado”, relata.

A porta da sala de Bruno ficou entreaberta. “Então, eu ouvi ele (Fabrício) dizer ao deputado José Antonio Bruno: ‘Deputado, tá aqui a emenda’. Ato contínuo eu vi Fabrício entregar nas mãos do deputado um maço...”

Zé Bruno, como é conhecido, exerceu mandato no período 2007-2010. Deixou o Legislativo estadual em março passado e hoje se dedica à Resgate, sua banda musical. Ele é guitarrista e vocalista.

O ex-deputado nega ter recebido valores em troca de emendas (leia texto abaixo). “Não faço isso”, afirmou. Porém, ele próprio disse suspeitar que um ex-assessor seu, que identifica apenas como “Cremonesi”, participasse de negociações para a venda de emendas.

Os nomes são apontados em procedimento da CGA, a corregedoria vinculada diretamente ao governador. A CGA está na estrutura da Casa Civil. Atua na prevenção e no combate à corrupção nos órgãos da administração. A investigação da CGA não mira a Assembleia, nem poderia. Não é sua competência institucional vasculhar a vida de parlamentares. Mas a apuração foi aberta porque a preocupação do governo é se o episódio pode ter provocado alguma lesão aos cofres públicos do Estado.

Comissões. Oficialmente, a CGA informou que conduz uma apuração preliminar. A corregedoria vai se manifestar “no momento oportuno”. Seus primeiros movimentos revelam que não existe nenhum convênio, ou assinatura de repasse de verba atendendo a indicação de Zé Bruno no exercício 2010.

C.A.A.V. foi ouvido por uma equipe de seis corregedores, sob comando do delegado da Polícia Civil João Batista Palma Beolchi.

A testemunha disse que trabalhou no gabinete de Zé Bruno de fevereiro de 2009 a maio de 2010, como auxiliar parlamentar. Ele contou que certa ocasião foi “isolado” depois que se recusou a repassar parte de seu salário para o deputado. “Em meados de abril de 2010 eu fui chamado à sala do deputado, o qual me informou que a partir do mês seguinte uma parte do meu salário deveria ser repassada a ele. Eu não concordei com isso e 15 dias depois, fui exonerado.”

“Deixei de participar de reuniões como costumeiramente fazia”, relata. “Tanto nas reuniões no gabinete como nas nas sedes dos municípios os participantes passaram a ser apenas a chefe de gabinete Fran, Cremonesi, o prefeito, o deputado e, vez por outra, Fabrício.”

Ele declarou que “sabia pelos comentários correntes que o objetivo dessas reuniões era obter comissões para liberação das emendas”.

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