A Sociedade Bíblica do Brasil irá lançar em setembro a Bíblia - Pobreza e Justiça. A intenção é proclamar e promover justiça a partir de ações da igreja local. Saiba mais sobre a publicação e confira a resenha do Rev. Helmut Renders, pastor da 3ª Região Eclesiástica e professor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista.
"Trata-se de uma tradução e adaptação de uma obra com nome similar da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira de 2008. Como texto, usa-se a chamada Nova Tradução na Linguagem de Hoje.
O texto contém cerca de duas mil marcações em passagens que se referem a questões da pobreza e da justiça, e, no centro da Bíblia, 32 páginas chamadas Bíblia Sagrada Pobreza e Justiça: a essência. Em Primeiras palavras, James Catford, da Sociedade Bíblica da Inglaterra e País de Gales, e Rudi Zimmer, diretor executivo da Sociedade Bíblica do Brasil, descrevem a proposta dessa edição: O combate à pobreza e a promoção da justiça sempre estiveram no coração de Deus (p. 3 do encarte). A segunda parte, Juntando todas as peças (p. 4-5 do encarte), explica como a Bíblia deve ser lida, não somente esta edição, mas qualquer edição. A linguagem é popular e acessível. Segue o longo capítulo Pobreza e justiça em 3D. Nele, tratam-se de 50 itens, sempre organizado por três orientações: Descubra com discernimento, Deguste com imaginação, Dedique-se de coração. Trata-se, de certo modo, de um guia espiritual para compreender a ação social, se envolver com suas raízes bíblicas e ser motivado para assumir o compromisso para fazê-la acontecer.
Em termos gerais, vale dizer para esta Bíblia o que poderia ser dito em relação a tantas outras: há gente que gosta e que não gosta que alguém marque a Bíblia em lugar do leitor. A nossa impressão é que as marcas são bem escolhidas. Já nos 50 verbetes nos perguntamos, às vezes, inicialmente, qual seria e relevância dessa ou daquela palavra com os temas da pobreza e da justiça. Mas, logo o leitor se surpreende. Por exemplo, no verbete Livro, lemos: Pobreza e falta de alfabetização andam de mãos dadas. [...] O analfabetismo ainda predomina no Brasil, principalmente em prisões onde há uma grande ligação entre a conduta criminosa e a incapacidade de saber ler e escrever... (p. 8 do encarte).
Dessa forma o texto acaba sendo uma escola de olhar que leva ao discernimento. Cada uma das 50 palavras-chaves garante um estudo bíblico ou uma devocional. Assim, esta edição une a comunidade da fé para estudar a palavra. Mas ela não para no nível da análise ou da compreensão. Trata-se de uma dinâmica que lembra de longe o método ver julgar agir. Dessa forma este método latino-americano sempre era mais bem aplicado, em busca de chegar à ação, no compromisso para com Deus, seu reino, sua justiça e seu próximo.
Parece-nos que os autores foram muito felizes com sua ênfase numa práxis, construída a partir de grandes linhas bíblicas, em busca da superação da pobreza e da injustiça. Esperamos que a sua leitura traga prazer de viver a fé fora das quatro paredes da igreja e faça descobrir que Deus ama este cosmo, também a partir da sua igreja."
Helmut Renders
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