Mais evangélicos, menos ambientalistas, e ruralistas e interlocutores do mundo do futebol com poder. Esse é o novo perfil das bancadas suprapartidárias na Câmara. A renovação das cadeiras na Casa aumentou o número de líderes evangélicos eleitos. Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar(Diap) mostra que a bancada evangélica crescerá dos atuais 43 parlamentares para 63. Desses, 34 são deputados novos, a maioria é do PSC. Da bancada religiosa, 11 são do partido cristão; 10, do PR; e nove, do PRB. Além do critério numérico, a frente contará com o reforço de Anthony Garotinho (PR-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ).
O deputado Silas Câmara (PSC-AM) afirma que o crescimento da bancada evangélica é reflexo do aumento do número de religiosos no país, mas pondera que a polêmica em torno do Programa Nacional de Direitos Humanos proposta que debateu a legalização do aborto e da união civil entre pessoas do mesmo sexo pode ter influenciado o voto de muitos eleitores. Como foi feito sem ouvir os seguimentos da sociedade, acendeu um sinal vermelho de que o governo queria implementar regras que a Câmara rejeitava, resume Silas. O parlamentar rejeita o rótulo de bancada evangélica e alega que os católicos militam pelas mesmas bandeiras que os evangélicos. Em temas de foro íntimo que afetam diretamente a fé, os evangélicos votam com os católicos. Os católicos são tão aguerridos nessa questão do aborto e do casamento de pessoas do mesmo sexo quanto os evangélicos. Na próxima legislatura, dois padres engrossarão as fileiras da bancada religiosa: Padre Zé (PP-CE) e Padre Ton (PT-RO).
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