Vítima de tráfico sexual é resgatada por mulheres em boate: “Disseram que Jesus me ama”

Mary escreveu o livro “O choro de uma meretriz”, onde conta como Jesus a libertou da escravidão sexual.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: quinta-feira, 6 de janeiro de 2022 às 14:49
A ex-prostituta Mary Frances testemunha sobre o amor de Jesus. (Foto: Reprodução / Facebook Mary Frances)
A ex-prostituta Mary Frances testemunha sobre o amor de Jesus. (Foto: Reprodução / Facebook Mary Frances)

“Lembro-me bem cedo, sendo deixada durante dias e abandonada, com pouca ou nenhuma comida. Membros da família e amigos se reuniam para beber e então, com o passar da noite, tudo se transformava em brigas. As noites eram privadas de sono”, diz Mary sobre sua infância, em Louisville, Kentucky.

“Sou uma das 15 crianças nascidas em uma família pobre, alcoólatra, depressiva, com doença mental e uso de drogas”, diz ela. “Fui exposta aos males do mundo que destroem a alma de uma criança. Eu fui abusada. E você não conta isso a ninguém por vergonha”.

Quando tinha apenas 15 anos, Mary começou a ser “bem tratada” por um motoqueiro de sua vizinhança, que chamou sua atenção. “Eu era especial para ele. Eu poderia ter qualquer coisa que eu quisesse. Eu queria um milkshake ou um banana boat”, lembra ela. “Ele me disse que voltaria para me buscar em duas temporadas de sorvete. Eu não sabia o que isso significava. Só sei que me agradou.”

Quando completou 18 anos, o homem forçou Mary a fazer uma viagem com ele. “Eu estava implorando, dizendo 'Eu não quero ir. Eu não quero ir embora. Onde estamos indo?' E ele não quis me dizer qual era o destino, ou por que tivemos que partir tão cedo.”

O motoqueiro começou a traficar Mary para caminhoneiros em paradas de caminhões na região Sudeste. “Acabamos em Nashville e de lá para outro bordel na Carolina do Norte, Geórgia”, lembra Mary.

Essas experiências me levaram a trinta anos no comércio do sexo, trabalhando como prostituta e em clubes de strip.

“Não creio que nenhuma criança saiba o que é prostituição ou que queira crescer para ser prostituta ou dançarina. Estava ficando com um buraco no coração”, diz ela. “Quando você busca um amor que não tem ideia do que está procurando, você o encontra em lugares deformados”, ela admite.

Mary tentou escapar do buraco negro da indústria do entretenimento adulto, mas sua atração era muito poderosa. “Eu odiava estar lá. Mas eu não tinha apoio, não tinha onde morar”, conta. “Eu tenho que comer. Eu tenho que dormir. Eu tenho que sobreviver.”

Tentativa de suicídio

Muitas vezes, Mary foi tomada pela culpa e pela vergonha, chegando a tentar o suicídio.

“A dor do tráfico pode levar alguém a acreditar que o suicídio é a única fonte de alívio. Tentei colocar uma bala na câmara. A arma estava emperrada. Eu jogo tudo no chão, (pensando) 'Eu não valho nada. Eu não posso nem tirar minha própria vida. '”

Mary também se casou cinco vezes e experimentou várias religiões. “Eu tentei casamento. Isso não funcionou. Tentei aconselhamento. Tentei terapias da Nova Era”, diz ela. “Senti que não tinha resposta.”

As coisas começaram a mudar quando Mary ganhou uma Bíblia. Ela começou a ler no camarim do clube onde era dançarina. “Eu me encontrava com uma Bíblia de bolso no fundo desse clube nojento e orava e clamava a Deus”.

Mary diz que costumava ir a uma igreja local depois do trabalho para orar. “Eu encontrei uma igreja católica. E eu ia lá e passava horas, chorando e continuando, e pedindo ao Senhor para ajudar, para abrir um caminho”.

Uma noite, duas senhoras de Scarlet Hope, um grupo que ministra às mulheres no comércio sexual, foram ao seu clube. “Estava sentado em uma banqueta. E então me ocorreu, essas são as senhoras da igreja. Pulei, corri pela sala e agarrei uma delas e disse: 'Preciso de oração!' Então, imediatamente eles oraram por mim”.

As senhoras deram comida a Mary e a convidaram para um estudo bíblico e para visitar a igreja. “Eu nunca tinha visto um amor assim. Eles não vieram para julgar. Eles nem me disseram para sair de lá. Eles só vieram me dizer que Jesus me ama, e eu nunca soube disso”, diz Mary. “Então fui até a cabana onde morava, me deitei e tirei a Bíblia que tinha naquela bolsa. E em minhas lágrimas, Ele me ouviu. Deus me ouviu.”

Uma vida nova

Mary aceitou a Cristo e começou a ser discipulada pelas mulheres em Scarlet Hope. Ela deixou o comércio do sexo e mais tarde narrou sua jornada em seu livro “A Harlot's Cry” (O choro de uma meretriz).

Rachelle Starr, a diretora de Scarlet Hope, conta que “Mary cresceu de uma forma que nem consigo imaginar, quero dizer, ela realmente não é a mesma pessoa. Quando Deus diz que você é uma nova criação em Cristo, isso é exatamente o que aconteceu com Mary.”

“Em todas as coisas, Deus trará aqueles que são chamados de acordo com o Seu propósito”, diz Mary. “E eu tenho um propósito. Eu deveria ser uma alcoólatra. Eu não deveria ter nenhum dente. Não deveria ler nem escrever. Eu não deveria ter escrito um livro. Mas isso é para o propósito de Deus.”

Mary tem o desejo de compartilhar sua história com mulheres que ainda estão presas na armadilha do comércio sexual. “Cristo amou as mulheres”, diz ela. "Ele ouviu. Ele era paciente com as mulheres. Ele os acolheu. Acredite em seu coração - coloque uma sementinha de fé e essa semente crescerá. Tudo o que você precisa fazer é dar um passo em direção a Cristo e Ele dará dois até você.”

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