Arizona e 11 estados americanos banem atletas trans de esportes femininos

Defensores explicam que a lei ajuda a proteger a justiça e a integridade dos esportes femininos.

Fonte: Guiame, com informações da Fox NewsAtualizado: quinta-feira, 7 de abril de 2022 às 11:22
Nadadora transgênero Lia Thomas no pódio com as demais medalhistas. (Foto: Reprodução/NBC News)
Nadadora transgênero Lia Thomas no pódio com as demais medalhistas. (Foto: Reprodução/NBC News)

O governador do Arizona, nos Estados Unidos, sancionou dois projetos de lei contra o avanço da agenda LGBT na semana passada. Uma das leis impede que atletas transgêneros participem de esportes femininos, e a outra, proíbe a cirurgia de mudança de sexo para menores de idade.

As duas medidas foram aprovadas pelo Legislativo do Arizona na quinta-feira passada (31) e sancionadas pelo governador republicano Doug Ducey, na tentativa de garantir “que as meninas e jovens que se dedicaram ao esporte não percam oportunidades conquistadas com tanto suor”.

“Hoje eu assinei o Projeto de Lei do Senado 1138 e 1165, para proteger a participação e a justiça para atletas do sexo feminino e para garantir que os indivíduos submetidos à cirurgia irreversível de mudança de sexo sejam adultos”, escreveu Ducey em uma carta à secretária de Estado do Arizona, Katie Hobbs.

Falando sobre a mudança de sexo na carta, Ducey destacou: “A natureza irreversível desses procedimentos ressalta por que tal decisão deve ser tomada como adulto, não como criança, e apoia ainda mais a importância dessa legislação”.

Injustiça em nome da defesa trans

Além do Arizona, outros 11 estados americanos aderiram às proibições. No entanto, os governadores de Utah e de Indiana — mesmo sendo parte do Partido Republicano — vetaram projetos de lei, contrariando a agenda conservadora da ala.

Os defensores da lei explicam que impedir o ingresso de atletas transgêneros protege a integridade dos esportes femininos, já que homens biológicos teriam uma vantagem em relação às mulheres.


Governador Doug Ducey em discurso na Arizona State University. (Foto: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)

O tema chamou a atenção dos políticos após a vitória da nadadora universitária transgênero, Lia Thomas, que é um homem biológico e conquistou um título no Campeonato de Natação Feminino da Divisão I da NCAA (Associação Atlética Universitária Nacional em inglês).

Desde 2017, cerca de 16 atletas trans pediram isenção para jogar em equipes com as quais se identificam em termos de gênero, dentro do número total de 170.000 atletas do ensino médio no estado, de acordo com a Associação Interescolar do Arizona. Nem todos os pedidos foram concedidos.

Os defensores do projeto de lei no Arizona acreditam que a legislação pode também impedir as crianças de tomarem decisões permanentes, das quais poderiam se arrepender mais tarde. O deputado republicano John Kavanagh comparou a votação à decisão unânime do Legislativo em 2014, que proibiu a mutilação genital.

“Devemos permanecer da mesma maneira hoje porque isso é mutilação de crianças”, disse Kavanagh. “É irreversível. É horrível.”

Os críticos dos projetos de lei disseram que a decisão deve ser deixada para os pais, seus filhos e a equipe de saúde que cuida deles. Eles disseram que as cirurgias só são realizadas após cuidados e terapia extensivos.

“Estamos falando dos nossos filhos, que já vão tomar as providências adequadas com seus pais para poderem ser quem são”, alegou o deputado democrata, Andres Cano.

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