“Injustiça”: Transgênero vence campeonato feminino de natação e causa indignação

O homem biológico Lia Thomas venceu a prova dos 500 metros livre da principal liga universitária dos EUA.

Fonte: Guiame, com informações de CBN News e Gazeta do PovoAtualizado: segunda-feira, 21 de março de 2022 às 14:39
O transgênero Lia Thomas venceu a prova dos 500 metros livre. (Foto: Divulgação/University of Pennsylvania Athletics).
O transgênero Lia Thomas venceu a prova dos 500 metros livre. (Foto: Divulgação/University of Pennsylvania Athletics).

O nadador transgênero Lia Thomas venceu a prova dos 500 metros livre da principal liga universitária de natação dos Estados Unidos, a National Collegiate Athletic Association (NCAA), na quinta-feira (17), causando indignação entre defensores dos direitos das mulheres

O homem biológico, que compete na equipe feminina da Universidade da Pensilvânia, venceu com dois segundos à frente da segunda colocada Emma Weyant, batendo seu recorde pessoal na modalidade, com 4 minutos e 33 segundos.

De acordo com a Gazeta do Povo, Lia começou a transição de gênero com tratamento hormonal durante a pandemia, o que não anulou suas vantagens como homem biológico. Em uma competição anterior, o atleta chegou a ficar sete segundos à frente das outras competidoras.

A exigência da National Collegiate Athletic Association para permitir que Thomas competisse na equipe feminina foi de que completasse um ano com o nível de testosterona abaixo do limite de 10nm/l. Porém, conforme análise da Gazeta do Povo, o fator hormonal é apenas um dos vários que diferenciam o corpo masculino do feminino.

John Lohn, editor da Swimming World Magazine, uma revista especializada em natação, publicou neste ano uma matéria analisando o desempenho esportivo de Thomas e concluiu que que "não dá para negar suas vantagens".

Ao contrário de parte da imprensa americana e internacional, que celebrou a vitória do nadador, críticos da ideologia de gênero no esporte condenaram a conquista injusta. No Twitter, muitos usuários parabenizaram Emma Weyant como a verdadeira vencedora da competição.

A American Principles Project, uma organização conservadora, também se manifestou contra a vitória do nadador transgênero. “Lia Thomas passou 21 anos de sua vida como homem. Ele começou a competir contra mulheres na natação este ano e se tornou campeão nacional. Os esportes de nossa filha não são um plano B para atletas masculinos fracassados”, escreveu a organização no Twitter.

O grupo Concerned Women for America entrou com uma ação judicial contra a Universidade da Pensilvânia no Departamento de Educação dos EUA para os Direitos Civis (OCR, na sigla em inglês), afirmando que permitir Thomas na equipe feminina viola os direitos das mulheres.

“Pedimos que você emita orientações claras e decisivas para esclarecer a lei e impedir que faculdades e programas esportivos universitários violem os direitos das mulheres, permitindo que atletas biológicos do sexo masculino compitam na categoria feminina do esporte”, afirma o processo.

“Proteger todas as alunas-atletas desse tipo de injustiça é a própria essência da missão do OCR de garantir acesso igual a oportunidades educacionais e benefícios que a lei exige”, conclui o documento.

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