Para a ex-estrela de atletismo do estado de Connecticut (EUA), Chelsea Mitchell, competir com atletlas transgêneros (homens biológicos) foi devastador.
Em um editorial do USA Today, publicado neste domingo (23), Chelsea contou sua experiência e explicou os motivos que levaram ela e outras duas atletas do Ensino Médio a entrarem com um processo contra a Conferência Atlética Interescolar de Connecticut (CIAC, na sigla em inglês), por permitir que transgêneros competissem em equipes femininas.
Segundo Chelsea, foi esmagador perder quatro títulos de campeonatos estaduais femininos, dois prêmios da Nova Inglaterra e vários outros lugares no pódio para atletas masculinos.
“É uma experiência devastadora. Isso me diz que não sou boa o suficiente; que meu corpo não é bom o suficiente; e que não importa o quanto eu trabalhe, é improvável que eu consiga, porque sou uma mulher”, escreveu.
Em 2017, a Conferência Atlética Interescolar de Connecticut permitiu que dois homens biológicos entrassem na equipe feminina de atletismo. De acordo com a Alliance Defending Freedom, que está representando as três atletas, de 2017 a 2019, os homens conquistaram 15 títulos de campeonatos estaduais e se apropriaram de cerca de 85 oportunidades de competir em níveis mais altos.
No final de abril deste ano, o juiz distrital dos EUA, Robert Chatigny, rejeitou o processo das meninas contra o CIAC, argumentando que como os dois atletas trangêneros já haviam se formado, o caso era indiscutível.
Chelsea Mitchell, Selina Soule e Alanna Smith irão apelar da decisão do juiz.
Para Chelsea, a política do CIAC que permite atletas trangêneros em esportes femininos “rouba às meninas a chance de correr na frente de olheiros universitários que aparecem em encontros de elite e de competir por bolsas de estudo e oportunidades que vêm com o recrutamento para a faculdade”.
“Nunca saberei como meu recrutamento na faculdade foi impactado pela perda daqueles quatro títulos de campeonatos estaduais para um homem. Quando as faculdades analisaram meu histórico, não viram a garota mais rápida de Connecticut. Eles viram um segundo ou terceiro corredor”, lamentou a ex-atleta.
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