Biden defende ‘direito ao aborto’ no primeiro discurso do Estado da União

Além da guerra Rússia-Ucrânia, Joe Biden falou de questões domésticas, como inflação, e outras polêmicas, como aborto e imigração.

Fonte: Guiame, com informações da NDTV e Bloomberg Atualizado: quarta-feira, 2 de março de 2022 às 13:12
Joe Biden faz seu primeiro discurso sobre o Estado da União, 1º de março de 2022. (Print da tela CNN Brasil)
Joe Biden faz seu primeiro discurso sobre o Estado da União, 1º de março de 2022. (Print da tela CNN Brasil)

Em seu primeiro discurso sobre o Estado da União no Congresso, o presidente americano Joe Biden iniciou falando da invasão da Ucrânia pela Rússia, fazendo um pronunciamento duro contra Vladimir Putin, declarando que o presidente russo está isolado contra todo o mundo.

Biden falou de muitos desafios a serem enfrentados pelo seu governo, como a inflação em alta, o impasse em sua agenda legislativa doméstica, as divisões políticas no país e os efeitos persistentes da pandemia.

Quase no final de seu discurso, Biden tocou em temas que agradam o seu eleitorado democrata, como aborto e questões LGBTQ+.

Biden pediu uma legislação que ‘proteja os direitos da mulher ao aborto’, já que a Suprema Corte dos EUA deve decidir este ano se a proibição do procedimento no Mississippi após 15 semanas pode permanecer.

Durante os argumentos de 1º de dezembro, todos os seis conservadores do tribunal sugeriram que provavelmente manteriam a proibição do Mississippi. E cinco sinalizaram que estavam interessados ​​em ir mais longe e eliminar completamente o direito constitucional ao aborto.

“O avanço da liberdade e da justiça também requer a proteção dos direitos das mulheres. O direito constitucional afirmado em Roe v. Wade - precedente de meio século - está sob ataque como nunca antes”, disse Biden.

“Se quisermos avançar – não retroceder – devemos proteger o acesso aos cuidados de saúde. Preserve o direito de escolha da mulher. E vamos continuar avançando na assistência à saúde materna nos Estados Unidos”, discursou o presidente americano.

Segundo informações da Bloomberg, “se o tribunal anular Roe v. Wade, 26 estados irão ou provavelmente proibirão a maioria dos abortos, de acordo com o Instituto Guttmacher, uma organização de pesquisa que apoia o direito ao aborto. Cerca de 12 têm as chamadas leis de gatilho projetadas para proibir automaticamente o aborto se Roe v. Wade for derrubado”.

Presente da plateia, durante fala de Biden sobre aborto, a juíza da Suprema Corte Amy Barrett foi focalizada pela câmera. Enquanto a maioria aplaudia o discurso de Biden sobre o tema, Barrett permaneceu sem se manifestar.

Católica de perfil conservador, Barrett foi escolhida pelo presidente Donald Trump para substituir a progressista Ruth Bader Ginsburg, que faleceu em setembro de 2020.

​​Questões LGBTQ+

Outra questão polêmica que fez parte do discurso de Biden foi sobre os homossexuais. Usando o nome de Deus, falou: “Como eu disse no ano passado, especialmente para nossos jovens transgêneros americanos, eu sempre estarei atrás de você como seu presidente, para que você possa ser você mesmo e alcançar seu potencial dado por Deus.”

O presidente disse que “para nossos americanos LGBTQ+, vamos finalmente levar o Ato de Igualdade bipartidário para minha mesa. O ataque de leis estaduais visando americanos transgêneros e suas famílias está errado.”

Dezenas de estados americanos estão legislando sobre questões ligadas principalmente ao transgenerismo infantil. No final de fevereiro, o senado do Arizona aprova proibição de cirurgias transgênero para crianças.

O projeto, patrocinado pelo senador republicano Warren Petersen, proíbe cirurgias irreversíveis de “mudança de sexo”, incluindo procedimentos de mutilação genital, histerectomias e mastectomias para crianças menores de 18 anos.”

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