O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reconheceu que as parcerias com Estados Unidos e Israel são prioridades do governo de Jair Bolsonaro, em palestra no Conselho Argentino para as Relações Internacionais (Cari).
“O que estamos tentando fazer [no Brasil] é desbloquear energias e ideias”, disse Araújo para uma platéia de intelectuais, ex-embaixadores e acadêmicos argentinos.
O chanceler observou que, nos governos anteriores, o Brasil “perdeu batalhas” e a “corrida tecnológica”. “Mas agora temos uma política determinada pelo presidente Bolsonaro que nos leva aos principais centros tecnológicos (do mundo) como EUA e Israel. Trata-se de recuperar o tempo perdido”.
“Estamos tentamos nos reconectar com o Ocidente democrático”, frisou Araújo, referindo-se ao discurso de Bolsonaro no foro mundial de Davos, que foi citado como “o primeiro presidente que mencionou a palavra Deus [em Davos]”.
Relação com árabes
Na segunda-feira (8), durante palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Araújo disse que a aproximação do Brasil com Israel não vai trazer prejuízos para os negócios com os países árabes.
“Não há nenhum indício de que a nossa aproximação com Israel redunde em perdas comerciais com os países árabes”, enfatizou o chanceler, acrescentando que tem mantido conversas em especial com os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
“Vamos começar um projeto de, através dos Emirados, conseguir mais acesso ao mercado de produtos alimentícios da Índia. Um mercado muito difícil de acessar diretamente”, exemplificou sobre os projetos conjuntos que estão sendo estabelecidos com os países da região.
Na abertura do evento, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também ressaltou a necessidade de pluralidade nos parceiros comerciais do Brasil. “É fundamental um bom relacionamento com os Estados Unidos e com Israel, mas também com os países árabes e o Mercosul”, disse.
Diplomacia com Irã
Segundo o ministro, o Brasil também deve manter boas relações com o Irã. “Nós temos um comércio importante com o Irã, queremos mantê-lo, ampliá-lo”, ressaltou.
Por outro lado, Araújo ponderou que o papel do país muçulmano é controverso. “Procurei muito ouvir os países que estão lá, que são vizinhos do Irã, e eles têm uma preocupação enorme com a atuação na região”.
Nesse contexto, o chanceler afirma que o Brasil deve evitar atritos no Oriente Médio. “O Brasil quer contribuir para a paz, para a estabilidade lá. Achamos que a nossa aproximação com os países árabes pode contribuir com isso. Nessa aproximação é importante que nós conheçamos a visão de mundo deles e quais são as preocupações deles”, destacou.
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