Chanceler de Bolsonaro quer combater pautas abortistas e anticristãs na ONU

Nelson Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores, disse que pretende extirpar a ideologia marxista do Itamaraty.

Fonte: Guiame, com informações do GloboAtualizado: quarta-feira, 28 de novembro de 2018 às 19:41
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao lado do futuro ministro das Relações Exteriores, Nelson Ernesto Araújo. (Foto: AFP/Sergio Lima)
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao lado do futuro ministro das Relações Exteriores, Nelson Ernesto Araújo. (Foto: AFP/Sergio Lima)

O ministro das Relações Exteriores anunciado pelo próximo governo, Nelson Ernesto Araújo, afirmou que irá combater políticas que compactuam com “pautas abortistas e anticristãs em foros multilaterais”, em artigo publicado na segunda-feira (26) no jornal Gazeta do Povo, de Curitiba.

Com a missão de “libertar o Itamaraty” que lhe foi confiada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, o futuro chanceler pretende extirpar das relações internacionais brasileiras a “ideologia do PT”, que segundo ele nada mais é do que o “marxismo cultural”, definido como aquele que busca controlar os meios de produção intelectual na imprensa e na academia.

“Quando me posiciono, por exemplo, contra a ideologia de gênero, contra o materialismo, contra o cerceamento da liberdade de pensar e falar, você me chama de maluco. Mas se isso não é o marxismo, com estes e outros de seus muitos desdobramentos, então qual é a ideologia que você quer extirpar da política externa?”, questiona Araújo.

Entre a agenda política que deseja combater, Araújo destaca a descriminalização do aborto, as “pautas anticristãs”, a “transferência brutal de poder econômico em favor de países não democráticos e marxistas” e “a suavização do tratamento dado à ditadura venezuelana”.

O futuro chanceler defende uma política externa que traduza a “sagrada voz do povo”, garantindo uma mudança no posicionamento global do Brasil. Essa voz, segundo Araújo, deve ser autêntica e não “dublada no idioma da ONU”, “pois no idioma da ONU é impossível traduzir palavras como amor, fé e patriotismo”.

“Em uma democracia, a vontade do povo deve penetrar em todas as políticas. Mas as pessoas daquele sistema midiático-burocrático, que gostam tanto de falar em democracia, não sabem disso. Perguntam-se, assustadas: ‘O que vão pensar de mim os funcionários da ONU, o que vai dizer de mim o ‘New York Times’, o que vai dizer ‘The Guardian’, ‘Le Monde?’”, escreveu o embaixador.

Araújo defende que o país precisa de “alguém que entenda de ideologia” para acabar com ela no Itamaraty, conhecendo suas “causas, manifestações, estratégias e disfarces”. “Vencida na economia, a ideologia marxista, nas últimas décadas, penetrou insidiosamente na cultura e no comportamento, nas relações internacionais, na família e em toda parte”, observa.

Nelson Ernesto Araújo foi indicado como ministro das Relações Exteriores em 14 de novembro. Antes disso, era diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos e nunca havia chefiado uma missão no exterior. Ele se aproximou de Bolsonaro por meio do filósofo de direita Olavo de Carvalho, radicado nos EUA.

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