Conselho Protestante de Ruanda proíbe abortos em suas clínicas

A decisão do Conselho afeta cerca de 10% das maiores unidades de saúde do país.

Fonte: Guiame, com informações da AP NewsAtualizado: quinta-feira, 2 de março de 2023 às 16:27
Mulher e bebê em Ruanda. (Foto: Reprodução/Lramkin/Wikimedia Commons)
Mulher e bebê em Ruanda. (Foto: Reprodução/Lramkin/Wikimedia Commons)

O Conselho Protestante de Ruanda exigiu que todas as unidades de saúde administradas por seus membros parassem de realizar todo tipo de aborto, garantindo a proteção à vida de 13 milhões de pesoas na nação.

Segundo a AP News, a decisão do conselho no início de fevereiro descreveu o aborto como um pecado, emitindo a posição da Igreja Católica de Ruanda, que é a mais seguida na região. Porém, a ordem entra em conflito com a lei do país da África Oriental, que permite abortos por razões específicas.

A declaração assinada por 26 organizações religiosas protestantes pede aos pais que “orientem” suas filhas a buscar a abstinência até o casamento.

Princípios não negociáveis

O aborto era ilegal em Ruanda e quem descumprisse a lei ou ajudasse a interromper uma gravidez, poderia ser submetido a prisão. 

Em 2018 a lei foi alterada e após passarem por uma consulta médica, as mulheres poderiam realizar o procedimento em casos de estupro, casamento forçado, incesto ou em circunstância que a gravidez representasse um risco à saúde.

“Nós temos nossa crença, e ela não pode ser substituída pela lei. Não nos opomos à lei, mas nossa crença não nos permite apoiar o aborto”, disse Laurent Mbanda, chefe da Igreja Anglicana em Ruanda, à Associated Press.

De acordo com a AP News, o cardeal Antoine Kambanda, chefe da igreja em Ruanda, informou que a decisão afeta cerca de 10% das maiores unidades de saúde do país. A igreja católica possui 30% dos centros de saúde da região, a maioria deles em áreas rurais.

Frequentemente questões de saúde sexual e reprodutiva enfrentam debates no país. Em 2022, o parlamento rejeitou um projeto de lei que permitiria que meninas de 15 a 18 anos tivessem acesso a pílulas anticoncepcionais com o objetivo de conter a gravidez na adolescência. 

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