Convenção Batista diz não a mulheres pastoras e expulsa igreja de Rick Warren

A Convenção Batista do Sul (SBC), nos Estados Unidos, manteve a decisão de excluir a Saddleback Church, igreja de Rick Warren, por ter mulheres pastoras.

Em votação na quarta-feira (14), os representantes votaram a favor da expulsão da Saddleback, durante a reunião anual em Nova Orleans. A Convenção confirmou a decisão tomada já no início deste ano.

A denominação também excluiu uma segunda igreja, a Fern Creek de Louisville, que mantém uma pastora desde 1993.

Apelo de Rick Warren

Na terça-feira (13), Rick, autor do livro “Uma Vida com Propósitos”, apelou à SBC para reverter a decisão.

O pastor argumentou que os batistas do sul discordaram de diversas doutrinas, ao longo de sua história. “Por que essa questão deveria cancelar nossa irmandade?”, questionou o líder.

E defendeu: “Devemos remover igrejas por todos os tipos de pecados sexuais, pecados raciais, pecados financeiros, pecados de liderança, pecados que prejudicam o testemunho de nossa convenção. Mas as 1.129 igrejas com mulheres na equipe pastoral não pecaram”.

De acordo com The Baptist Press, órgão de imprensa oficial da SBC, a igreja de Warren foi removida da Convenção por não cooperar amigavelmente com a declaração de fé, que estabelece que o pastorado é limitado a homens.

Porém, o apelo não convenceu os representantes. 9.437 deles votaram a favor de manter a decisão, contra 1.212.

“A mudança vai acontecer em algum momento. A verdade inevitavelmente triunfa sobre a tradição, mas leva tempo”, declarou Warren em um comunicado.

O líder, que divulgou uma carta aberta pedindo perdão às mulheres, ainda declarou que a próxima geração não se importará com “procedimentos obscuros e disputas políticas internas”.

Proibição do pastorado feminino

No mesmo dia da exclusão, a maior denominação protestante dos EUA também aprovou uma emenda à sua constituição, proibindo que suas igrejas tenham mulheres com qualquer título pastoral.

A medida afirma que igrejas permanecerão filiadas à SBC somente se “não afirmarem, nomearem ou empregarem uma mulher como pastora de qualquer tipo”.

“A fé e a mensagem batistas anunciam nossa crença de que o ofício de pastor é limitado a homens qualificados pelas escrituras, e esta emenda esclareceria que nossa cooperação como igrejas está de acordo com essa crença específica”, explicou o pastor Mike Law, que apresentou a proposta de emenda.