As ruas da capital de Honduras e de outras seis cidades do país ficaram lotadas com milhares de pessoas que marcharam para exigir que a presidente do país vete uma lei de educação sexual que, segundo os manifestantes, promove a "ideologia de gênero".
A Marcha a Favor da Criança e da Família, convocada pela sociedade civil, incluindo igrejas católicas e evangélicas, aconteceu no sábado (21), e foi promovida pelo “Movimento por Nossas Crianças".
De acordo com o jornal local La Prensa, as famílias hondurenhas foram às ruas em manifestação contra o favorecimento à ideologia de gênero em determinadas leis do país.
"Vamos marchar contra a Lei de Educação Integral para a Prevenção da Gravides na Adolescência, porque em vez de resolver o drama das menores grávidas, o que ela busca é implementar um projeto educacional baseado na ideologia de gênero destrutiva promovida por organizações internacionais", disse uma mãe em Tegucigalpa, que convidou "todos os cidadãos a se juntarem à marcha".
'Prejudicial à família'
"Protestamos contra a ideologia de gênero porque é prejudicial à família hondurenha", disse à AFP a escritora Gladys Pavón durante a grande marcha que percorreu várias ruas de Tegucigalpa.
Além de uma enorme bandeira hondurenha, os manifestantes exibiam cartazes que diziam "Sim à formação original da família" e "Somos todos pró-vida".
Queremos "pedir à senhora presidente com todo o respeito que não permita que esta lei passe, porque é uma lei que ameaça a família, destrói a família, como já a destruiu em outros países", disse o padre Luis Gómez no protesto.
"Você tem que defender a família, senhora presidente, e nós confiamos em você", emendou o religioso.
Jovens grávidas
De acordo com informações fornecidas pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a cada quatro partos em Honduras, um ocorre em uma menina com menos de 19 anos, o que coloca o país como o segundo com maior índice de gravidez na adolescência na América Latina.
Em comunicado divulgado em junho, o UNFPA expressou sua preocupação “diante de campanhas de desinformação” no país “que incitam mensagens de ódio” em relação à regulamentação, que considerou uma “lei necessária e pertinente que busca atender à preocupante realidade da gravidez na adolescência”
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