O cientista australiano Ken Ham, conhecido principalmente por defender o criacionismo, acredita que o livro de Gênesis deve ser encarado como a base do restante da Bíblia e da cosmovisão cristã.
“Se os cristãos não acreditam em literalmente no Gênesis, eles não têm fundamento para sua doutrina”, disse ele em entrevista ao The Christian Chronicle, observando que o livro apresenta os princípios de tudo o que foi estabelecido por Deus.
De acordo com as teorias mais aceitas no âmbito científico, a Terra teria tido o início da sua formação há aproximadamente 4,6 bilhões de anos através de diversas nuvens de gás e poeira em rotação. Segundo Ham, os cristãos que aceitam essa ideia estão contrariando a essência da Bíblia.
“A ideia de milhões de anos veio do naturalismo ateu e deísta dos anos 1700 e 1800, de pessoas que queriam explicar o registro fóssil e os processos naturais sem Deus”, esclarece.
O cientista avalia que neste caso, o registro fóssil — que é um registro da morte — teria sido colocado antes da existência do homem, sendo que a Bíblia indica que a morte é consequência do pecado. “Sem o derramamento de sangue, não há remissão de pecados. Se houve derramamento de sangue milhões de anos antes do pecado, isso não prejudica a compreensão do Evangelho?”, questiona.
Ham também lamenta em observar que, dentro das igrejas, a maioria dos professores bíblicos adotaram ideias evolucionistas em sua formação acadêmica, sejam elas ligadas à biologia, astronomia ou antropologia. “Eles adotaram essas ideias e as adicionaram às Escrituras, comprometendo a palavra de Deus”, afirma.
“Eu acho que há tanta pressão hoje que, se você fosse tomar a visão que tomamos, que Deus criou tudo em seis dias literais, que o universo tem apenas milhares de anos, que a morte veio depois do pecado, que houve um dilúvio global — e é de onde veio a maioria dos geofósseis — você será acusado de ser anti-acadêmico, anti-intelectual e anti-científico”, avalia Ham.
“Para mim, é importante tomar uma posição sobre a autoridade da palavra de Deus e fazer o melhor — para não dizer que seremos perfeitos — de nossas habilidades. Precisamos tentar não deixar ideias externas controlarem a forma como interpretamos as Escrituras”, conclui o cientista.
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