O estado do Espírito Santo abriga cerca de 50.000 descendentes de pomeranos, que vivem em 13 cidades. Manter a língua viva sempre foi um desafio para a comunidade, mas, nos últimos anos, eles conseguiram inserir o idioma nas escolas.
Com o intuito de colaborar com os cristãos pomeranos, cuja maioria é adepta da igreja luterana, o empresário Arno Stuhr trabalha na tradução da Bíblia para a Língua Pomerana há quatro anos.
A iniciativa pioneira de Arno transformou-se em um projeto de áudio, facilitando o acesso ao conteúdo da Bíblia em pomerano para todos, especialmente para os idosos que são analfabetos. Agora, essas pessoas poderão ouvir a Bíblia e estar mais perto da Palavra de Deus.
Morador de Santa Maria de Jetibá, onde se encontra a maior colônia pomerana do estado, o empresário começou a tradução em 2021.
O material armazenado no pendrive possui 140 horas de áudio com a narração do livro sagrado.
“A Bíblia acompanha os pomeranos desde a cristianização”, disse Arno.
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Apaixonado por produção audiovisual, Arno começou a criar o conteúdo e disponibilizá-lo na internet por meio de uma rádio web, além de canais no YouTube, Facebook e outras redes sociais.
Todo o material é produzido no estúdio de edição que ele montou em sua casa. Arno sempre recebeu o apoio da esposa e, mesmo nas férias, ele não parou de fazer as gravações. Para isso, ele montou o estúdio em seu motorhome.
"Eu me sinto realizado em poder ter contribuído com todo esse trabalho que a gente tem feito”.
Colônia pomerana
Os pomeranos do Espírito Santo chegaram ao Brasil pelo porto de Vitória, no dia 28 de junho de 1859, em um grupo de 117 pessoas vindas do norte da Alemanha. Eles se estabeleceram inicialmente em Santa Leopoldina, mas o coração da cultura pomerana no estado é a cidade de Santa Maria de Jetibá.
Na cidade, todos são pomeranos ou descendentes. Uma das características marcantes dos pomeranos é a língua pomerana, assim como suas tradições culturais, festas, religiosidade, modo de construir casas e vestir-se, conforme explicou o professor Erineu Foerste.
Mesmo após 166 anos da chegada dos pomeranos, suas tradições continuam sendo preservadas. No entanto, manter a língua nativa sempre foi um desafio. Até a década de 1970, era proibido falar pomerano nas escolas, conforme relatou o professor Foerste.
Atualmente, no Espírito Santo, três cidades incluíram a língua pomerana no currículo escolar oficial.
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