Entrega de bebês para adoção aumenta 79% no Brasil

A entrega responsável é uma alternativa para evitar o aborto ou o abandono, e garantir os direitos da criança.

Fonte: Guiame, com informações de GZHAtualizado: segunda-feira, 19 de junho de 2023 às 15:12
Entre 2020 a 2022, mais de 4 mil bebês foram entregues para a adoção. (Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash/Aditya Romansa).
Entre 2020 a 2022, mais de 4 mil bebês foram entregues para a adoção. (Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash/Aditya Romansa).

A entrega de bebês para adoção aumentou em 79% no Brasil, entre 2020 a 2022, de acordo com um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em 2020, foram registradas 1.058 entregas voluntárias no país. Em 2021, foram 1.344 e no ano passado, o número subiu para 1.895 entregas.

Nos primeiros cinco meses deste ano, 596 crianças foram entregues para a adoção no Brasil.

A adoção é uma alternativa para evitar o aborto, o abandono ou a adoção irregular, e garantir os direitos da criança. 

A entrega responsável é garantida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude”, afirma a lei.

Como funciona a entrega à adoção

1 A decisão pela entrega é comunicado pela gestante durante os exames pré-natais à rede de saúde

2 A rede de saúde aciona o Conselho Tutelar.

3 O Conselho Tutelar comunica o Judiciário.

4 O acompanhamento do Conselho Tutelar segue ao longo da gravidez e após o nascimento.

A Justiça da Infância e da Juventude é responsável pelo processo de adoção do bebê. As informações sobre a entrega são mantidas em sigilo para a segurança das mulheres, das crianças e da nova família.

Hoje, há cerca de 33 mil pessoas na fila para adotar uma criança, conforme o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA).

Responsabilidade dos cristãos com os órfãos

Mais de 130 mil crianças no Brasil ficaram órfãs por causa da Covid-19, entre março de 2020 a abril de 2021, de acordo com uma estimativa publicada na revista científica Lancet. O aumento no número de crianças sem família na pandemia levantou uma discussão sobre a responsabilidade dos cristãos com os órfãos.

O ministério “Jornadas da Adoção”, ligado à igreja Zion Church, tem feito essa discussão no meio evangélico e orientado famílias cristãs que desejam adotar.

De acordo com o Jornadas da Adoção, existem 30 mil crianças em situação de acolhimento no Brasil, enquanto há 65 milhões de evangélicos no país. O ministério tem trabalhado na conscientização no meio cristão com o propósito de mudar essa triste realidade.

Para Carla De Tomazo, os seguidores de Jesus devem se importar com esse problema social. Ela lembra que a Igreja é chamada por Deus para o cuidado com os órfãos. “Nós nos tornamos filhos de Deus através da adoção e Ele chama os cristãos para cuidarem dos órfãos. Essa é nossa responsabilidade”, ressaltou ela, ao Guiame.

Tomazo citou algumas passagens bíblicas que falam da responsabilidade dos cristãos com a adoção, como Tiago 1:27: “A religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições”.

Mito no meio evangélico

A líder do “Jornadas da Adoção'' destaca também que existe um mito que apenas cristãos possuem, que é a crença de que quando Deus deseja dar um filho, Ele dará apenas através do ventre e que o casal precisa orar para ter um filho biológico. 

“Como se Deus não quisesse dar filhos através da adoção e como se o filho vindo através da adoção não fosse o seu filho de verdade. Deus escolhe alguns para serem pais de crianças que já nasceram”, afirmou Carla.

O Ministério “Jornadas da Adoção” promove o curso Adoção na Prática, que orienta e prepara famílias que pensam em adotar ou que já estão no processo. Além disso, o projeto disponibiliza gratuitamente informações e conteúdos sobre adoção em sua página no Instagram.

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