Escola vira alvo de reclamação ao chamar estudantes de "alunxs", em Porto Alegre

Um vereador foi acionado por uma mãe e fez um pedido de providência na prefeitura.

Fonte: Guiame, com informações do site GaúchaZHAtualizado: quinta-feira, 5 de agosto de 2021 às 15:38
Reprodução de material distribuído aos alunos. (Foto: Reprodução / GaúchaZH)
Reprodução de material distribuído aos alunos. (Foto: Reprodução / GaúchaZH)

A utilização da linguagem neutra em escolas continua sendo motivo de indignação de pais. Um novo episódio aconteceu em uma escola municipal de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que foi criticada por uma mãe e virou pedido de providência de um vereador após enviar tarefas para os estudantes com termos como "alunes" e "alunx", conhecidos como "linguagem neutra" ou "não-binária".

De acordo com o jornal, o caso aconteceu em julho, quando a mãe de um aluno do sexto ano, revoltada com o material, fez uma notificação extrajudicial criticando a atitude da Escola de Ensino Fundamental São Pedro.

Em entrevista ao GaúchaZH, ela contou que o filho havia recebido, pelo menos, três tarefas em que os professores de História e Geografia tratavam os estudantes como "alunes" e "queridxs alunxs". A linguagem, que é defendida por alguns movimentos sociais, evita o uso de artigos que indiquem o masculino e o feminino.

Quando o material chegou pela primeira vez, a mulher, que não quis se identificar, explicou que ficou incomodada e pediu uma reunião com a direção. No entanto, de acordo com ela, após esse encontro, foram enviadas novas atividades com os mesmos termos.

"Fui conversar, entender o posicionamento deles e explicar o meu. Na primeira vez, fomos eu e a diretora. Depois da reunião, as atividades vieram do mesmo jeito, então também pedi uma reunião com os professores. Eles deram o pensamento deles e eu, o meu. Deixei claro para a escola que não concordava. Me responderam o mesmo de sempre: que é inclusivo, que estão pensando em abordar isso em sala de aula para que as crianças aprendam a incluir a todos", contou a mulher ao GaúchaZH.

Pedido de providências

Depois do ocorrido, a mãe acionou o vereador Jessé Sangalli (Cidadania), que encaminhou um pedido de providência à Prefeitura de Porto Alegre, no dia 14 de julho. No dia 27 do mesmo mês, a solicitação foi respondida pela Secretaria Municipal de Educação (Smed).

No comunicado, a secretaria explica que "a linguagem neutra foi usada apenas na saudação do exercício, não como conteúdo da atividade", além de que considerou que, embora a escola tenha tido a intenção de ser inclusiva, é preciso trabalhar as normas gramaticais e ortográficas vigentes, utilizando o padrão culto da Língua Portuguesa, de acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) e com grafia fixada pelo Acordo Ortográfico de 2016".

A secretária municipal de Educação, Janaina Audino, conversou com o jornal gaúcho e reforçou que a orientação da Pasta é de que "todas as escolas da rede municipal de ensino de Porto Alegre devem utilizar o padrão culto da língua portuguesa sempre que se dirigirem aos estudantes e à comunidade escolar, bem como na construção de todos os materiais didáticos".

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