Escritor ateu sugere abortar bebês com má formação para não terem “vida sofrida”

Richard Dawkins afirmou que o aborto é a saída para evitar crianças que nascem com deficiências tenham uma vida de sofrimento.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sábado, 7 de julho de 2018 às 20:10
Richard Dawkins é cientista e autor conhecido por seus posicionamentos ateístas. (Foto: Strange Notions)
Richard Dawkins é cientista e autor conhecido por seus posicionamentos ateístas. (Foto: Strange Notions)

O cientista criacionista Ken Ham perguntou ao autor ateu Richard Dawkins se ele acreditava que crianças nascidas em famílias cristãs deveriam ser abortadas para salvá-las do possível sofrimento e também criticou uma declaração do escritor que sugeria o aborto como solução para que as crianças com má formação congênita não tivessem uma vida sofrida.

Ham observou em um post que fez no Facebook na quinta-feira que Dawkins argumentou recentemente que os ensinamentos cristãos sobre um inferno eterno têm um efeito sobre as crianças “ainda pior que o abuso físico”.

"Ainda bem que eu nunca experimentei pessoalmente o que é acreditar  real e verdadeiramente e profundamente acreditar  no inferno. Mas eu acho que pode ser plausivelmente argumentado que uma crença profundamente arraigada poderia causar a uma criança um trauma mental mais duradouro do que o constrangimento temporário de abuso físico", escreveu Dawkins em seu site na época, referindo-se à sua própria experiência de ter sofrido abuso sexual pelas mãos de um padre.

Ham também vinculou um dos posts de Dawkins no Twitter em junho, onde o biólogo evolucionário afirma: "O aborto para evitar defeitos congênitos não é sobre eugenia. Trata-se de evitar o sofrimento humano individual".

"Richard Dawkins: 'Aborto para evitar defeitos congênitos ... [para] evitar o sofrimento humano individual.' E se alguém disser que Dawkins está ficando velho e seria melhor morrer para evitar o sofrimento da velhice? A Dawkins falta o temor a Deus e ele está aplicando sua religião evolucionária", escreveu Ham como resposta.

"E quem decide o que alguém está sofrendo e o que não está? Richard Dawkins declarou que ensinar às crianças sobre o cristianismo é 'abuso infantil'   e se ele decidisse que as crianças deveriam ser abortadas se estivessem em uma família cristã, do contrário elas sofreriam?", acrescentou o cientista criacionista e presidente da organização ‘Answers in Genesis’. "Quem desenha estas linhas e por quê?".

Contexto

O comentário de Dawkins sobre abortar crianças com má formação foi uma resposta ao discurso do Papa Francisco a uma delegação da Associação da Família da Itália em Roma. O líder maior da Igreja Católica Romana havia comparado a prática de abortar crianças para evitar defeitos congênitos aos experimentos eugênicos da era nazista.

"Ouvi dizer que é moda, ou pelo menos de costume, que quando nos primeiros meses de gravidez eles fazem estudos para ver se a criança é saudável ou tem alguma coisa, a primeira oferta é: vamos nos desfazer disto", disse Francisco.

"Eu digo isso com dor. No último século, o mundo inteiro ficou escandalizado sobre o que os nazistas fizeram para purificar a raça. Hoje fazemos o mesmo, mas agora com luvas brancas", acrescentou Francisco, referindo-se ao aborto.

Posicionamento protestante

Líderes evangélicos proeminentes, como James Dobson, criticaram algumas nações europeias, como a Islândia, por quererem "erradicar o nascimento da síndrome de Down" abortando uma alta porcentagem de bebês diagnosticados durante exames pré-natais.

Dobson, um psicólogo cristão e fundador do Focus on the Family, disse em 2017 que tal prática "se parece muito com a eugenia da era nazista".

"Essa é uma tendência seguida de perto por outras nações ocidentais, incluindo a Dinamarca, a França e até mesmo os Estados Unidos. Todos nós devemos estar profundamente tristes e indignados", alertou em um comunicado na época.

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