Escritor avalia controvérsias e polêmicas da série Messiah da Netflix

Após análise, Michael Foust diz que série não é recomendada para toda a família.

Fonte: Guiame, com informações do CrosswalkAtualizado: segunda-feira, 6 de janeiro de 2020 às 16:55
Cena da série Messiah, da Netflix. (Foto: Reprodução/Netflix)
Cena da série Messiah, da Netflix. (Foto: Reprodução/Netflix)

Qualquer série chamada “Messias” (Messiah, título original em inglês) e ambientada nos tempos modernos certamente será controversa, diz o escritor cristão Michael Foust. Porém, ele destaca que a controvérsia é muito mais profunda que o título.

Algumas delas estão relatadas a seguir (contém spoiler).

Foust explica que o messias da série produzida pela Netflix cita a Bíblia, sim, mas também o Alcorão. “Ele foi criado em uma família muçulmana, embora muitos muçulmanos o rejeitem. Ele pratica ioga e parece endossar todas as religiões ao dizer "Eu ando com todos os homens".

Além disso, quando ele recebe assistência jurídica, sua advogada o coloca na condição de “refugiado”. O messias também faz declarações contundentes como esta: “Voltar às Escrituras não o salvará.”

Ele também assume posições rígidas na Cisjordânia e na presença militar dos Estados Unidos em países estrangeiros. Enquanto isso, a série também aborda a questão do aborto, quando mostra que a esposa de um pastor levou a filha adolescente para fazer o procedimento de forma secreta.

Foust diz que em cada um dos 10 episódios, os seguidores de Al-Masih, nome que o personagem recebe, afirmam que ele é um milagreiro e talvez até o messias, mas a agente do governo Eva Geller (Michelle Monaghan) acredita que ele é uma fraude.

As informações apresentadas pelos dois lados deixam a identidade deste “messias” incerta.

Al-Masih (Mehdi Dehbi) não age como o Jesus da Bíblia. Ele é carinhoso, mas também distante. Em um episódio, ele parece estar seguindo seus seguidores - sem saber para onde ele quer ir - em vez de liderá-los, lembra Foust. Em outro episódio, ele parece se afastar de uma promessa. E, diferentemente de Cristo, ele nunca afirma sobre quem ele é. Normalmente, ele só fala quando perguntado.

Foust destaca que como a maioria dos programas sobre fé, a série “levanta questões instigantes”.

Um deles é quando um estudante cético diz que espera que Al-Masih não seja legítimo. "Pense nisso", diz o aluno. "Se ele é real, o que devemos fazer. Desista de tudo e comece a adorá-lo?"

“Essa é uma pergunta do mundo real que todo não cristão deve responder sobre Cristo”, diz Foust. Apesar de suas muitas falhas, a série pode desencadear discussões com os incrédulos sobre o verdadeiro Messias, esclarece o escritor, acreditando que uma oportunidade pode estar sendo criada para evangelização.

“A série Netflix postula que o Messias poderia vir à Terra hoje e o mundo sentiria falta dele. Enquanto isso aconteceu 2.000 anos atrás, quando Cristo nasceu, isso não acontecerá quando Jesus voltar à Terra (Mateus 24:27, Lucas 21: 25-28, Apocalipse 1: 7). Ele estará ‘vindo com as nuvens, e todos os olhos o verão’. Ao contrário do que acontece na série Netflix, não vamos adivinhar”, diz Foust.

O escritor diz que não vê a série como adequada para famílias. “Ele é cheio de linguagem grosseira, tem nudez masculina parcial (por trás) e inclui uma cena de sexo (embora seja leve pelos padrões da Netflix)”, aponta Foust, lembrando também da violência e conteúdo perturbador com cenas de atentado terrorista.

“Mesmo que o Messias seja emocionante às vezes - ainda não tenho certeza de quem ele é - não é uma série que posso recomendar”, afirma Foust.

Messiah estreou dia 1º de janeiro e o último episódio da primeira temporada parece sugerir continuação.

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