Um ataque a bomba realizado pelo Estado Islâmico nesta quarta-feira (16) matou 19 pessoas no norte da Síria, semanas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que o grupo foi “derrotado” e ordenar a retirada de tropas americanas do país.
O atentado em Manbij foi o mais mortífero para as forças dos EUA na Síria, desde que foram implantadas no local em 2015. A cidade é controlada por uma milícia aliada das forças curdas apoiadas pela América.
Quatro norte-americanos foram mortos e três soldados dos EUA ficaram feridos na explosão, segundo o Exército americano. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que 19 pessoas foram mortas no total. O ataque resultou de um homem-bomba, de acordo com um site afiliado ao Estado Islâmico.
Em 19 de dezembro, Trump decidiu retirar todos os 2.000 soldados norte-americanos da Síria, declarando que o Estado Islâmico havia sido derrotado no país. Nenhum especialista acredita que o grupo terrorista tenha sido derrotado, apesar de ter perdido quase todo o território que ocupou em 2014 e 2015 em partes da Síria e do Iraque.
O anúncio de Trump foi uma das razões pelas quais seu secretário de Defesa, Jim Mattis, renunciou ao cargo. Ele surpreendeu os aliados e levantou temores sobre uma ofensiva militar turca contra as forças curdas apoiadas pelos EUA no norte da Síria.
Horas depois da explosão, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que ele e Trump condenam o ataque. Ele reafirmou os planos de retirar as tropas americanas e disse que Washington nunca permitiria que o Estado Islâmico se restabelecesse.
“À medida que começamos a trazer nossas tropas para casa, o povo americano pode ter certeza, pelo bem dos nossos soldados, suas famílias e nossa nação, que nunca permitiremos que os remanescentes do EI restabeleçam seu califado maligno e assassino”, disse Pence.
Repercussão
O senador republicano Lindsey Graham, aliado de Trump, acredita que o Estado Islâmico foi encorajado pela decisão do presidente e pediu que ele “olhasse longa e duramente” para o que irá fazer lá.
“Minha preocupação com as declarações feitas pelo presidente Trump é que ele colocou em movimento o entusiasmo do inimigo que estamos combatendo”, disse Graham durante uma audiência no Congresso.
A guerra civil na Síria já matou meio milhão de pessoas, forçou mais de metade da população a sair de suas casas e arrastou poderes globais e regionais. O presidente sírio Bashar al-Assad controla a maior parte do país.
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