Estado Islâmico sequestra 197 crianças para usar como 'escudos humanos', no Iraque

O rapto das crianças foi confirmado pelo Observatório Iraquiano para os Direitos Humanos e um jornal local informou que o Estado Islâmico pode usá-las como 'escudos humanos'.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 28 de março de 2017 às 14:36
O uso de crianças e adultos civis como escudos humanos tem se tornado uma prática comum do Estado Islâmico em seus combates. (Foto: Islam Media Analysis)
O uso de crianças e adultos civis como escudos humanos tem se tornado uma prática comum do Estado Islâmico em seus combates. (Foto: Islam Media Analysis)

O grupo terrorista Estado islâmico sequestrou quase 200 crianças e, segundo notícias, planeja usá-las como escudos humanos em sua batalha contra as forças da coalizão lideradas pelo Iraque em Mossul.

De acordo com a organização de vigilância 'Observatório Iraquiano para os Direitos Humanos' (IOHR), O Estado Islâmico (também conhecido como ISIS, ISIL ou Daesh) capturou recentemente 197 crianças no oeste de Mossul.

A organização humanitária publicou por meio de seu perfil oficial do Twitter no último sábado (25), um alerta sobre o rapto das crianças, afirmando que elas foram levadas para perto da grande mesquita de al-Nouri, no oeste de Mossul.

De acordo com o site 'BasNews.com' - que tem sua base principal em Erbil - uma fonte disse que os terroristas pretendem usar as crianças sequestradas como escudos humanos para impedir o avanço das tropas da coalizão formada pelo exército iraquiano e de outras nações.

Além do genocídio contra os cristãos e outras minorias religiosas - já reconhecido por autoridades de diversas outras nações ocidentais - a prática de usar civis como escudos humanos tem sido frequentemente usada pelo Estado Islâmico com objetivo de atrasar o avanço dos militares.


Vítimas da guerra
A notícia surgiu quando as forças da coalizão ainda permanecem em uma ofensiva lançada ao final do ano passado para expulsar o Estado Islâmico da cidade iraquiana de Mossul - atualmente uma das principais bases do grupo terrorista. Enquanto a coalizão liberou boa parte do leste de Mossul e áreas circundantes, uma campanha foi lançada em fevereiro para derrotar os militantes que estão na chamada 'cidade velha' de Mossul e em distritos do oeste.

Mas como o número de civis que foram mortos durante a ofensiva de Mosul continua a subir, foi anunciado no último sábado que as forças de segurança iraquianas suspenderam temporariamente as operações para poupar as vidas de civis.

Quase 4.000 civis foram mortos em áreas densamente povoadas, desde o início da campanha para libertar o oeste de Mossul.

O general Thaer al-Mosawi, da brigada iraquiana, disse à agência turca 'Anadolu' na semana passada, que cerca de 3.846 de civis morreram, desde que a batalha no oeste de Mosul começou, em meados de fevereiro. O Observatório Iraquiano para os Direitos Humanos citou o mesmo número em um gráfico postado no Twitter.

"Aqueles que fugiram das áreas de combate estão relatando que há muitos civis entre as vítimas", explicou al-Mosawi.

Além disso, al-Mosawi disse que mais de 22.000 moradores de Mosul foram feridos no conflito, enquanto mais de 10.000 tiveram suas casas foram destruídas.

Foi relatado durante o fim de semana que um ataque aéreo liderado pelos Estados Unidos contra um caminhão do Estado Islâmico, cheio de explosivos, causou a morte de dezenas de civis em Mossul, no dia 17 de março.

Os militares norte-americanos reconheceram no sábado que realizaram o ataque aéreo registrado em 17 de março, em al-Jadida, subúrbio de Mossul.

Embora os relatórios sugiram que o ataque aéreo liderado pelos EUA poderia ter matado até 200 pessoas, o coronel Muntathar Al-Shamari, chefe da Unidade Anti-Terrorismo do Iraque em Mossul, disse à CNN que tal estimativa seja provavelmente um exagero.

"Quando o veículo foi atingido, ele explodiu, destruindo uma ou duas casas ao lado de onde as famílias estavam se escondendo", disse Shamari.

Independentemente disso, os EUA estão investigando os relatórios, já que o número de mortos resultantes do ataque ainda precisa ser confirmado.

 

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