Estado Islâmico treinou mais de 1.000 crianças para serem usadas como "homens-bomba"

Os terroristas chegam a forçar as crianças a usarem drogas para conseguirem realizar as missões suicidas.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 6 de maio de 2015 às 14:48
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), o Estado Islâmico tem investido no recrutamento de crianças pela facilidade de promover um tipo de lavagem cerebral nos pequeno
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), o Estado Islâmico tem investido no recrutamento de crianças pela facilidade de promover um tipo de lavagem cerebral nos pequeno

O Estado Islâmico já treinou mais de 1.000 crianças nos últimos seis meses para se tornarem homens-bomba, de acordo com uma comissão iraquiana de direitos humanos.

"Desde novembro passado, militantes do EI treinaram mais de mil crianças para se tornarem homens-bomba", disse Fadhil Kharawi, um membro da Comissão Independente de Direitos Humanos do Iraque a jornalistas, em Bagdá no último domingo (3).

Segundo o "BasNews" - fonte de notícias curda - Kharawi também explicou à imprensa que o grupo terrorista abriu uma "Cubs do Califado" (centro de formação da criança no reduto norte iraquiano do grupo de Mosul), onde as crianças são ensinadas com táticas suicidas, passam por um tipo de lavagem cerebral e são doutrinadas sob os ensinmantos de crueldade do EI, que forneceu treinamento militar e de combate para o campo de batalha.

Uma grande estratégia de recrutamento para o Estado Islâmico vem recebendo crianças para se juntar ao grupo militante, porque os pequenos acabam sendo mais fáceis de se manipular que os adultos.

Embora algumas crianças sejam tolamente 'livres' para optar por se juntar ao grupo, muitas destas 'crianças-soldados' treinados são capturados de minorias religiosas e passam pela lavagem cerebral para aceitar os conceitos jihadistas. Crianças com problemas mentais também são enganaas para ingressar nas fileiras e tornarem-se pequenos 'homens-bomba'.

"Tivemos relatos de crianças, especialmente as que estão com problemas mentais, que foram usadas como homens-bomba, a maioria, provavelmente, sem terem consciência do que estavam fazendo", disse Renate Winter, do Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança à Reuters. "Houve um vídeo publicado [online] que mostrava crianças em uma idade muito jovem, cerca de 8 anos de idade e até mais jovens sendo já treinados para se tornarem 'crianças-soldados".

Outras crianças foram forçadas a participar de campos de treinamento do Estado Islâmico depois de o grupo militante ter fechado suas escolas. Em janeiro, foi relatado que o EI fechou escolas nas três províncias sírias sob o seu controle - o que deixou um total estimado de mais de 670 mil crianças sem a oportunidade de uma educação adequada.

Para muitas das crianças que já se 'formaram' no campo de treinamento do EI, a realidade cruel das suas tarefas suicidas é forçada sobre eles, uma vez que atingem a linha de frente do campo de batalha.

Um jovem de 15 anos de idade, capturado para ser treinado pelo Estado Islâmico foi forçado a treinar e se juntar às fileiras militares do grupo após sua cidade síria ter sido conquistada no verão passado. O adolescente chamado Mufleh explicou que o Estado Islâmico força o uso de drogas em muitas das crianças e adultos lutadores para cometer ataques suicidas.

O garoto acrescentou que um comandante do Estado Islâmico deu-lhe o medicamento "Zolam" (tranquilizante) na esperança de que iria dar-lhe a coragem de cometer um ataque suicida no "calor da batalha".

"Essa droga faz você perder a cabeça", disse Mufleh à CBS News. "Se eles dão-lhe um cinto suicida e lhe pedem para explodir-se, você vai fazê-lo".

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR) estima que desde o dia 1º janeiro até 23 de março (2015) o Estado Islâmico recrutou mais crianças que adultos na Síria. Durante esse quase três meses, O EI tinha recrutado, apenas na Síria, pelo menos 400 crianças.

"Eles usam crianças, porque é fácil de fazer a lavagem cerebral nelas", disse Rami Abdulrahman, chefe da SOHR à Reuters. "Eles moldam essas crianças para o propósito que eles querem. Eles os impedem de ir à escola e os enviam para escolas do próprio Estado Islâmico".

Dito isto, no entanto, o presidente do Parlamento da Turquia, Cemil Cicek afirma que até o primeiro trimestre do ano as autoridades apreenderam 12.500 pessoas de 93 países que estavam entrando no país a caminho de se juntar ao EI na Síria, de acordo com um relatório da "International Business Times", em março deste ano.

Em um vídeo de propaganda lançado no último sábado, um adolescente aparece como um 'carrasco', matando um suposto espião iraquiano, com um tiro à queima-roupa.

No início de março, o grupo lançou mais um vídeo mostrando outra criança atirando em um suposto espião israelense na parte de trás da cabeça.

Perseguição religiosa
O Estado Islâmico tem oprimido as minorias religiosas (cristãos principalmente) nas cidades onde consegue assumir o controle. Os diversos vídeos que mostram a execução de cristãos têm chocado o mundo.

Um dos principais objetivos da organização terrorista é instalar um "Califado" (governo central de confissão islâmica) em diversos países e impõem o islamismo como religião obrigatória nas cidades sob seu domínio.

 

 

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