Uma estátua demoníaca erguida próximo à Assembleia Legislativa em Concord, New Hampshire, nos EUA, foi derrubada em menos de 48h de sua instalação. O caso gerou polêmica e críticas alegando “direito à liberdade religiosa”.
A estátua do demônio “Baphomet” foi erguida no último sábado (7) como parte de uma tradição anual do Templo Satânico de erguer exibições satânicas perto de presépios em propriedades do governo.
A inauguração do monumento contou com uma transmissão ao vivo no Facebook. O demônio representado vestia uma roupa preta e segurava um buquê de lilases roxas em sua mão direita, simbolizando a flor do estado de New Hampshire.
Também era enfeitada com uma estola — objeto de uso litúrgico — roxa estampada com o pentagrama invertido, a cabeça de cabra que é o logotipo do Templo Satânico e duas cruzes invertidas. Na base da estátua havia uma tábua listando os sete princípios da instituição e à sua esquerda havia uma bandeira satânica preta e branca.
Após a celebração, o satanista Orpheus Gaur informou que a maçã na mão esquerda da estátua simbolizava "nossa busca por conhecimento, desafio diante da autoridade arbitrária e nosso compromisso com a autodeterminação".
Na noite da última segunda-feira (9), a estátua de Baphomet — uma entidade demoníaca andrógina que apareceu pela primeira vez em escritos durante o século XI e apareceu nos rituais de ocultistas proeminentes como Aleister Crowley — foi destruída.
A deputada estadual Ellen Read, democrata de Newmarket que convidou a exibição satânica, alegou que símbolos do cristianismo foram deixados no local.
Read afirma ser ateia e apresentou uma legislação para retirar Deus do juramento de posse do estado e proibir a circuncisão da cobertura estadual do Medicaid — programa social de assistência à saúde, que ajuda pessoas de baixa renda.
Na ocasião, ela sugeriu que pessoas religiosas estavam por trás do vandalismo e os criticou por "não poder tolerar uma simples expressão de crenças por um grupo que não acredita como eles".
‘O diabo não deve ser honrado’
Na última semana, a cidade de Concord divulgou uma declaração onde informou que aprovou a permissão para a estátua para "evitar litígios".
O prefeito Byron Champlin contestou o fato de a estátua do Baphomet ter sido erguida durante uma reunião recente do conselho municipal:
"Minha preferência era negar a permissão e aceitar o risco da ameaça de processo. Eu me oponho à permissão porque acredito que o pedido foi feito não no interesse de promover a equidade religiosa, mas para impulsionar uma agenda antirreligiosa".
Depois do ocorrido, o cofundador do Templo Satanico, Douglas Mesner, conhecido como Lucien Greaves, declarou que tem esperança de inspirar a liberdade de expressão, que segundo ele, “precisa ser mais defendida agora do que em qualquer outro momento".
Em 2023, uma exibição satânica no Capitólio do estado de Iowa, que também contou com a presença de uma representação do demônio Baphomet, viralizou quando o ex-candidato à Câmara dos Representantes do Mississippi, Michael Cassidy, foi acusado de crime de ódio por derrubar a estátua e jogar a cabeça de carneiro no lixo.
Cassidy se declarou culpado de vandalismo em maio deste ano, em troca da retirada da acusação de crime de ódio contra ele.
Ao The Christian Post, Cassidy afirmou que fez a coisa certa e que os legisladores estão sugerindo que a Constituição dos EUA protege a adoração ao diabo em propriedades do governo.
"As pessoas que escreveram nossa Constituição ficariam chocadas ao pensar que defender Satanás é consistente com suas crenças quando escreveram as leis que governam nossa nação", disse ele.
"As pessoas começam a complicar demais a verdade, que é: ‘Deus é grande e deve ser honrado, e o diabo é mau e não deve ser honrado’. Acho que as pessoas estão se enrolando tentando justificar uma coisa simples", concluiu.
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