Estudante é expulso de aula de 'cristianismo', após afirmar que só existem dois gêneros

Lake Ingle contestou sua professora após ela exibir um vídeo com a palestra de um ex-pastor transgênero.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: quarta-feira, 14 de março de 2018 às 14:57
Lake Ingle será julgado pelo Conselho da Universidade onde estuda. (Foto:
Lake Ingle será julgado pelo Conselho da Universidade onde estuda. (Foto:

Um estudante foi expulso de uma aula de "cristianismo" na Universidade de Indiana, na Pensilvânia (EUA), recentemente, quando questionou o ensino da professora da matéria e disse que existem apenas dois gêneros.

O jovem Lake Ingle, que estava fazendo especialização em estudos religiosos, foi expulso de sala de aula depois de questionar a professora Alison Downie durante sua palestra intitulada "Cristianismo 481: Personalidade, Pecado e Salvação", segundo um relatório do website 'Campus Reform'.

A professora mostrou um vídeo de 15 minutos com uma palestra do projeto "TED" para a classe. O discurso do vídeo foi proferido pelo transgênero e ex-pastor Paula Stone Williams. No vídeo, Williams falava sobre "machismo", "o sexismo dos homens" e "o privilégio masculino". A professora pediu então às mulheres da classe que compartilhassem seus pensamentos.

Ingle esperou, e quando ninguém respondeu, Ingle disse que ele se opunha ao uso somente da experiência feminina sobre o assunto, o que tornaria o discurso muito parcial. Ele também falou sobre a visão oficial de biólogos que afirmam que existem apenas dois gêneros biológicos. Ele também contestou o debate sobre a "diferença salarial por gênero", de acordo com o site.

"Foi durante a minha objeção de que a Dra. Downie tentou me silenciar porque não sou mulher", disse ele, reforçando que ela tinha pedido apenas a opinião das mulheres em classe.

Downie então pediu a Ingle que deixasse a sala de aula e não voltasse mais. A aula é um curso obrigatório que ele precisa completar para se formar no final deste semestre.

Ingle recebeu uma carta da Universidade de Indiana em 2 de março, informando que ele tinha sido excluído da aula por causa da da política de interrupção da sala de aula da universidade.

O aluno foi acusado de "objeção desrespeitosa à estrutura de discussão da turma do professor, recusa de parar de falar, explosões de raiva em resposta à necessidade de ouvir um palestrante transgênero discutir a realidade do privilégio e sexismo masculino branco, referências desrespeitáveis à validade da identidade e experiência transgênero, e fazer uma afirmação desrespeitosa de que uma pontuação baixa em qualquer trabalho de classe seria evidência do preconceito pessoal do professor".

Ingle foi informado pela universidade que ele deve pedir desculpas à professora por cada ofensa e pedir desculpas à classe por seu comportamento. Segundo a instituição de ensino, ele também deve ouvir quando o professor ou qualquer aluno compartilha o que sentiram durante em vez de ceder às "explosões desrespeitosas e disruptivas".

Porém Ingle alega que a professora Downie violou seus direitos da Primeira Emenda.

"Creio que a decisão da professora de me denunciar seja uma tentativa de me intimidar para que eu não expresse meus pontos de vista, tornando-se uma questão de liberdade de expressão", disse Ingle ao 'Campus Reform'.

Ingle também disse ao site que ele estará defendendo seus direitos da Primeira Emenda frente ao Conselho de Integridade Acadêmica da universidade, que determinará se ele poderá continuar a frequentar a aula regularmente ou será forçado a atrasar seus estudos. Ele contratou um advogado para representá-lo.

"A censura nos campus da universidade é uma questão com a qual tentei lidar em muitos dos meus cursos, além de oferecer a visão contrária e conservadora que leva a muitas discussões em sala de aula", afirmou.

A audiência sobre o caso está agendada para se realizar no Conselho da universidade no dia 19 de março.

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