O Departamento de Estado dos Estados Unidos acusou o Reino Unido de perseguir cristãos que oram silenciosamente em zonas tampão de aborto.
Uma "zona tampão" é uma área estabelecida ao redor de clínicas de aborto, onde a abordagem de pessoas, distribuição de materiais informativos, manifestações e orações são proibidos.
Em entrevista ao The Telegraph, o Departamento de Estado condenou os diversos casos de moradores britânicos presos por supostamente violar as regras das zonas tampão de aborto.
"Os EUA ainda estão monitorando muitos casos de 'zona tampão' no Reino Unido, bem como outros atos de censura em toda a Europa”, afirmou.
"A perseguição do Reino Unido à oração silenciosa representa não apenas uma violação flagrante do direito fundamental à liberdade de expressão e liberdade religiosa, mas também um afastamento preocupante dos valores compartilhados que deveriam sustentar as relações EUA-Reino Unido. É senso comum que ficar em silêncio e oferecer uma conversa consensual não constitui dano”.
Violação da liberdade religiosa
Um dos casos é o de Livia Tossici-Bolt, uma cientista biomédica aposentada de 64 anos. Ela foi sentenciada à liberdade condicional e a pagar uma multa de 20 mil euros após segurar uma placa “Aqui para conversar, se quiser” perto de uma clínica de aborto, na Inglaterra.
Em fevereiro, o vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, denunciou que moradores de regiões próximas a zonas de tampão na Escócia receberam uma carta das autoridades, alertando sobre a proibição de orar na área.
Vance ainda afirmou que as zonas criminalizam atividades pró-vida, incluindo orações e ofertas de assistência a mulheres grávidas em crise.
O grupo de defesa de liberdade religiosa ADF International, que defendeu vários cristãos que foram acusados, elogiou a denúncia dos Estados Unidos.
"A liberdade de expressão e a liberdade de religião são pedras angulares de qualquer sociedade livre", declarou Lorcan Price, consultor jurídico da ADF International.
"O Departamento de Estado dos EUA está certo em denunciar essa injustiça. É hora de o governo do Reino Unido restaurar as liberdades fundamentais e revogar a legislação da zona tampão”.
Em fevereiro deste ano, Rose Docherty, uma avó cristã escocesa, foi presa por segurar um cartaz próximo a uma clínica de aborto, na Escócia.
O cartaz dizia: “Coercion is a crime. Here to talk, only if you want” (“Coagir é crime. Aqui para conversar, só se você quiser”).
Apesar da prisão, o Procurador Fiscal da Escócia decidiu não prosseguir com a acusação, encerrando o caso da avó de 75 anos sem julgamento.
A decisão foi recebida com alívio por grupos pró-vida e defensores da liberdade de expressão, que consideraram a prisão um excesso.
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