Cuba, Nicarágua e o grupo paramilitar “Wagner” da Rússia foram adicionados pelos Estados Unidos na “lista negra” de países e organizações que atentam contra a liberdade religiosa, abrindo caminho para possíveis sanções.
Já faziam parte parte da lista organizações como o Talibã do Afeganistão, Boko Haram da Nigéria, Al-Shabab da Somália, e países como a China, Eritreia, Irã, Mianmar, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Arábia Saudita, Tadjiquistão e Turcomenistão.
Na sexta-feira (2), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, informou que Cuba e Nicarágua seriam adicionadas à lista de “Países de Preocupação Particular” em 2022, o que significa que os dois países latino-americanos de esquerda — que já sofrem sanções dos EUA — podem enfrentar novas medidas.
Blinken também justificou a inclusão do grupo Wagner por seu envolvimento em abusos na República Centro-Africana, onde uma guerra civil com conotações religiosas tem durado quase uma década.
Violações da liberdade religiosa “semeiam divisão, minam a segurança econômica e ameaçam a estabilidade política e a paz”, disse Blinken em nota. “Os Estados Unidos não ficarão parados diante desses abusos.”
Perseguição na Nicarágua
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, tem reprimido a Igreja Católica desde que a acusou de apoiar os protestos contra o governo em 2018, que foram reprimidos à custa de centenas de vidas.
Um bispo crítico do governo, Rolando Alvarez, foi colocado em prisão domiciliar com outros padres e seminaristas, em agosto de 2022, presos sob acusações imprecisas.
Depois que o Papa Francisco pediu diálogo, em setembro, Ortega classificou a Igreja como uma “ditadura”.
A repressão do regime de Ortega afetou não só a Igreja Católica, mas também a Igreja Evangélica. A polícia nicaraguense impediu pastores de realizarem um ato comemorativo do Dia da Bíblia, que é celebrado no último domingo de setembro.
De acordo com a imprensa local, a polícia de Ortega proibiu a celebração dos 453 anos da tradução da Bíblia nas ruas do país “por razões de segurança”.
Repressão em Cuba
A inclusão de Cuba na lista negra é o mais recente ato de pressão do governo americano contra o país. O presidente Joe Biden tem feito uma política diferente do ex-presidente Barack Obama em relação a Cuba, que buscou uma abertura com o inimigo de longa data dos EUA.
Em seu último relatório anual sobre liberdade religiosa, divulgado em junho, o Departamento de Estado dos EUA disse que havia crescente assédio aos cristãos em Cuba, apontando para a violência e prisões de figuras religiosas por supostos papéis em raros protestos públicos.
Nenhuma ação contra a Índia
Como esperado, Blinken não tomou nenhuma atitude contra a Índia, vista pelos EUA como um importante aliado emergente, informa a AFP.
A decisão ignora uma recomendação da Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional, que denunciou uma piora “significativa” no tratamento das minorias sob o governo hindu do primeiro-ministro Narendra Modi.
A Índia já havia expressado indignação pelo relatório dos EUA sobre liberdade religiosa, que documenta as declarações intolerantes de autoridades do país e relatos de discriminação contra muçulmanos e cristãos.
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