Evangélicos lutam na Justiça contra proibição de batismos no Lago de Genebra

Após ser impedida de realizar batismo, a Igreja Evangélica de Cologny apelou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos contra a decisão que fere a liberdade religiosa.

Fonte: Guiame, com informações de Evangelical FocusAtualizado: sexta-feira, 16 de agosto de 2024 às 13:21
Batismos são proibidos no Lago de Genebra. (Foto: Réseau Évangélique Suisse).
Batismos são proibidos no Lago de Genebra. (Foto: Réseau Évangélique Suisse).

Evangélicos na Suíça estão lutando na Justiça contra uma proibição de realizar batismos no Lago de Genebra.

Nesta semana, a Igreja Evangélica de Cologny, localizada em Genebra, apelou ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) contra a decisão do Tribunal Federal de proibir batismos públicos no lago.

Com o apoio da Aliança Evangélica Suíça (SEA-RES) e da Federação Romana de Igrejas Evangélicas (FREE), a igreja pediu que o TEDH verifique se a proibição fere a liberdade religiosa.

Em julho de 2022, o Conselho de Estado de Genebra não permitiu a igreja realizar um batismo no Lago de Genebra, citando a lei local que diz que "batismos em locais públicos devem ser autorizados apenas para igrejas com as quais o Conselho de Estado tenha um relacionamento".

Desde então, a congregação tem lutado na Justiça contra a medida. A Igreja de Cologny já havia recorrido da decisão ao Tribunal Federal, que rejeitou o recurso em fevereiro deste ano.

"Em sua decisão, o Tribunal Federal validou a concepção de secularismo segundo a qual uma cerimônia de batismo celebrada no espaço público poderia ofender a paz religiosa e as convicções de outras pessoas", afirmou um comunicado em conjunto da Igreja de Cologny, RES e FREE.

As organizações evangélicas explicaram que não concordam que o Tribunal dê autorização apenas a igrejas que possuem um relacionamento com o governo.

"O Estado tem o poder de escolher quais comunidades concede a liberdade de exercer o direito à liberdade religiosa em propriedade pública e quais comunidades nega esse direito", pontuaram as organizações.

"Defendemos a defesa da expressão pacífica da fé e da liberdade religiosa, em privado e em público, com respeito pelas autoridades e por todas as sensibilidades", ressaltaram.

Para Stéphane Klopfenstein, vice-diretora da RES, "Genebra está pisoteando sua tradição de tolerância e prejudicando sua reputação como capital dos direitos humanos".

Retrocesso para a liberdade religiosa

Em uma declaração divulgada em abril, a Aliança Evangélica Suíça afirmou que a decisão do Tribunal Federal é um retrocesso para a liberdade religiosa em Genebra.

"É deplorável que as organizações religiosas sejam tratadas como suspeitas a priori, na medida em que são obrigadas a assumir um compromisso com o Estado em relação a eventos religiosos que não é exigido de outros usuários do domínio público", criticou a organização.

"O Estado pode oferecer vantagens às organizações religiosas que optam por manter relações com ele, mas não deve de forma alguma ser capaz de restringir os direitos daqueles que não o fazem. A total independência das igrejas em relação ao Estado deve ser a norma", defendeu.

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