Após onze dias de protestos e sete pessoas mortas, o governo do Equador e os líderes indígenas chegaram a um acordo para retirar o Decreto 883 e terminar as mobilizações.
Contra a violência, a Confraternidade Evangélica Equatoriana, membro da Aliança Evangélica Mundial (WEA), emitiu uma declaração nas mídias sociais, afirmando que “violência, desrespeito e ataques contra propriedade pública e privada são condenáveis em todos os momentos, de onde vierem”.
A declaração chamava “as partes opostas a depor atitudes pessoais ou de grupo e promover um diálogo respeitoso para manter a paz”.
“Os evangélicos são e sempre foram militantes equatorianos pela paz. Lembramos e praticamos o que Jesus disse no sermão da montanha em Mateus 5: 9: ‘Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus’”, acrescentou o comunicado da WEA.
Além disso, a Confraternidade pediu que “os cristãos e o povo em geral permaneçam em oração fervorosa e permanente pela paz, pedindo sabedoria aos líderes e autoridades indígenas, políticas e sindicais, para chegar a acordos que mantenham a paz e a democracia em nosso amado Equador”, finalizou.
Acordo
O presidente equatoriano Lenín Moreno e os líderes indígenas chegaram a um acordo no final do domingo para cancelar um pacote de austeridade disputado e encerrar quase duas semanas de protestos que paralisaram o país.
Moreno se encontrou em Quito com Jaime Vargas, o chefe do grupo indígena CONAIE, durante quatro horas de uma sessão de negociação transmitida nacionalmente, mediada pelo representante principal das Nações Unidas.
Retirar o decreto 883 e restaurar a paz
Com o acordo, o Presidente retirará o pacote apoiado pelo Fundo Monetário Internacional, conhecido como Decreto 883, que incluiu um aumento acentuado nos custos de combustível, e “as mobilizações em todo o Equador são encerradas e os líderes indígenas comprometem-se. restaurar a paz no país”, afirmou um comunicado conjunto.
Ambos os lados confirmaram que trabalharão juntos para desenvolver um novo pacote de medidas para reduzir os gastos do governo, aumentar as receitas e reduzir os déficits orçamentários insustentáveis do Equador e a dívida pública.
“Chegou o momento da paz, do acordo, para o Equador. Este acordo é um passo extraordinário”, destacou Arnaud Peral, coordenador residente da ONU no Equador e um dos mediadores das conversas televisionadas nacionalmente.
11 dias de protestos, 7 mortos
Os protestos começaram em 3 de outubro, depois que o governo anunciou o fim dos subsídios aos combustíveis, como parte dos cortes nos gastos públicos acordados com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de um empréstimo.
Os confrontos entre manifestantes e a polícia de choque levaram Moreno a declarar uma emergência nacional de dois meses, acusando seus oponentes de tentar um golpe. Ele também mudou temporariamente as operações do governo de Quito para a cidade portuária de Guayaquil.
De acordo com a ouvidoria pública, sete pessoas morreram nos protestos, 1.340 foram feridas e 1.152 foram presas.
Os grupos indígenas do Equador representam um quarto dos 17,3 milhões de habitantes do país.
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