Ex-feminista fala sobre 'regras' impostas pelo movimento: "Não pode ser cristã"

A ex-líder do movimento Femen no Brasil, Sara Winter apontou o feminismo como "o mais intolerante que já conheceu" e falou sobre as transformações que a maternidade tem lhe proporcionado. "Quero resgatar valores perdidos".

Fonte: Guiame, com informações do G1Atualizado: terça-feira, 22 de março de 2016 às 15:03
Sara Winter tira selfie com sua Bíblia rosa: "Uma leitura no livro sagrado antes de dormir" (Foto: Facebook)
Sara Winter tira selfie com sua Bíblia rosa: "Uma leitura no livro sagrado antes de dormir" (Foto: Facebook)

"[...] Ainda que muitos valores tenham se perdido hoje em dia, quero resgatar isso". A afirmação da ex-feminista Sara Winter retrata parte da transformação que tem ocorrido em sua vida, desde que tornou-se mãe e decidiu abandonar o movimento feminista.

Em uma entrevista concedida ao G1, Sara - que lançou recentemente o livro "Vadia Não: Sete Vezes que Fui Traída pelo Feminismo" e atualmente ministra palestras para alertar contra a ideologia de gênero - falou sobre a intolerância do movimento feminista e suas expectativas com relação à criação de seu filho, o pequeno Hector, de 6 meses.

Quando questionada sobre suas desilusões com relação ao feminismo, a ex-militante - que chegou a ser a líder brasileira do grupo ucraniano 'Femen' - apontou o movimento como "o mais intolerante", que só apoia aquelas que "seguem sua cartilha".

"Esse é o movimento mais intolerante que eu já conheci na vida. Ele só dá suporte para mulheres que seguirem uma cartilha específica: tem que ser de esquerda, não pode ser cristã, não pode ser heterossexual e tem que começar a desconstruir a sua estética. Se a mulher alisa o cabelo, se pinta, usa salto alto, tem que parar", afirmou.

"Muitas vezes tem que deixar os pêlos crescer. Algumas mulheres se sentem confortáveis assim, outras não. Mas se você fizer, vai ter mais voz dentro do movimento. Então eles desconstroem a sua estética, a sua crença, a sua orientação sexual, o seu posicionamento político".

Segundo ela, o feminismo no Brasil pode ser definido com termos fortes, como "ódio, histeria, mentira e sedução".

"Ódio porque não existe tolerância com ninguém que não concorde 100% com as pautas. Histeria porque em todo e qualquer ato que a gente vê estão cada vez mais desrespeitosos, estão pichando igrejas, quebrando santos, fazendo coisas de extremo mau gosto. Mentira porque ilude as meninas mais jovens falando que o feminismo é algo legal e revolucionário. E sedução porque tem essa ideia de que o feminismo vai te ajudar, mas quando chega lá não é nada disso", explicou.

Ao falar sobre algumas das 'ações de protesto', realizadas pelo grupo, Sara deu alguns exemplos de atos dos quais hoje ela se arrepende de ter participado, porém ela ainda sustenta que, apesar dos resultados danosos, ela tinha motivações que a faziam acreditar que "poderia mudar o mundo".

"Em Belo Horizonte (MG), quebrei uma loja inteira e me arrependo muito porque sou contra a violência. Em outra ação, eu estava com uma ativista caracterizada de Jesus Cristo e a gente se beijava na cruz. Fiz um vídeo e pedi perdão a todos os cristãos porque percebi que ofender outras pessoas, raças, crenças e etnias não era o caminho para conseguir o que eu queria. Mas em geral não me arrependo da minha militância porque fiz de coração, achava mesmo que poderia mudar o mundo", disse.

Maternidade e Valores Bíblicos
Durante sua militância no movimento feminista, Sara apoiou fortemente o 'direito ao aborto', porém ela destaca que a maternidade a fez mudar de opinião sobre o assunto.

"Percebi que a minha militância fazia as a maioria das mulheres passar vergonha porque elas não querem ser representadas por uma menina louca, histérica, pelada gritando a favor do aborto. Elas querem que uma mulher represente os interesses como na saúde específica do corpo da mulher, na educação", destacou.

"Eu já vi tantas coisas ruins no feminismo e quando eu descobri que seria mãe falei 'e agora?'. Sentia a vida crescendo dentro de mim, tanto na minha alma quanto no corpo. Aí conheci muitos projetos pró-vida que acolhem mulheres que desistem de abortar e são acolhidas para levarem gestação até o final".

Quando questionada sobre as expectativascom relação à criação de seu filho, a 'mãe de primeira viagem' destacou que pretende "resgatar valores perdidos" e que tem a Bíblia como guia prático neste desafio

"Quero que saiba respeitar uma mulher. Quero criá-lo para que seja uma pessoa cordial e gentil, com valores de voluntariado. Quero criá-lo com base nos dez mandamentos da Bíblia. Eu acho que isso é muito importante, ainda que muitos valores tenham se perdido hoje em dia. Mas quero resgatar isso", afirmou.

 

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