Faculdade evangélica pretende demitir professora que afirmou que "muçulmanos e cristãos adoram mesmo Deus"

Larycia Hawkins chamou a atenção internacional em dezembro, quando decidiu usar um véu para mostrar solidariedade com os muçulmanos após o tiroteio que aconteceu em San Bernardino, causado por terroristas islâmicos.

Fonte: Guiame, com informações de The GuardianAtualizado: quinta-feira, 7 de janeiro de 2016 às 15:47
Larycia Hawkins, professora de ciência política na Wheaton College, confirmou a decisão à imprensa na quarta-feira. (Foto: Stacey Wescott/AP)
Larycia Hawkins, professora de ciência política na Wheaton College, confirmou a decisão à imprensa na quarta-feira. (Foto: Stacey Wescott/AP)
Uma faculdade cristã no subúrbio de Chicago (EUA) deu início ao processo de rescisão de uma professora, que já havia sido suspensa no último mês, por ter dito que cristãos e muçulmanos adoram o mesmo Deus.

Larycia Hawkins, professora de ciência política na Wheaton College, confirmou a decisão à imprensa na quarta-feira (6). Ela chamou a atenção internacional em dezembro, quando decidiu usar um véu para mostrar solidariedade com os muçulmanos após o tiroteio que aconteceu em San Bernardino, causado por terroristas islâmicos.

"Eu quero que o foco de ser tirada da Wheaton não tome o direito por mim", disse Hawkins ao The Guardian. "Isso é ruim — mas o que é ainda pior é o tipo de tolerância acima da intolerância, da islamofobia, da retórica política — e nós não checamos os políticos."

A faculdade não tomou uma posição sobre a decisão de Hawkins usar um hijab, mas disse anteriormente que suas declarações sobre o cristianismo e o islamismo precisam de "uma maior clarificação teológica", antes que ela pudesse voltar ao trabalho. A professora foi colocada sob licença administrativa no dia 15 de dezembro.

De acordo com a faculdade, os comentários de Hawkins entram em conflito com a sua declaração de fé, que é um conjunto orientador de crenças que estão no cerne da educação da Wheaton, onde os membros do corpo docente assinam e devem respeito.

"A Wheaton reconhece que pode haver uma gama de pontos de vista entre os nossos professores e funcionários sobre questões contemporâneas. No entanto, nós levamos a Declaração de Fé a sério. Como membros desta comunidade voluntária, não esperamos que todos professores e funcionários a assinem, meramente, como um requisito superficial de emprego, mas também para afirmá-la como uma expressão de suas próprias crenças", disse a faculdade em um comunicado.

Estudantes e simpatizantes de Hawkins, que trabalhou na faculdade evangélica por nove anos, se uniram nas mídias sociais nas últimas semanas com a hashtag #ReinstateDocHawk (#ReitegreProfHawk, em tradução livre). Uma petição online reuniu mais de 54 mil assinaturas.

A decisão final sobre o emprego de Hawkins pode levar semanas. Na conclusão do processo, a faculdade fará uma audiência que será realizada por um comitê de pessoas nos próximos 30 dias. Após a audiência, uma recomendação sobre a posse da professora será enviada ao presidente da faculdade, Wheaton Philip Ryken.

Em seguida, Ryken fará uma recomendação ao conselho de curadores da Wheaton, que fará a chamada final sobre o cargo de Hawkins.

Apesar da disputa com a Wheaton, Hawkins deixou claro que caminha sem ressentimentos em relação aos funcionários da faculdade. "Eu não tenho ódio no meu coração pela Wheaton College ou qualquer administrador lá", disse ela.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições