Flordelis diz que marido faria questão de culto em velório e canta 'Deus é Deus'

Ao lado do caixão, a deputada chegou a passar mal, desmaiou e precisou receber atendimento médico.

Fonte: Guiame, com informações de O DiaAtualizado: segunda-feira, 17 de junho de 2019 às 15:08
Velório do pastor Anderson do Carmo, marido da cantora gospel e deputada Flordelis. (Foto: Cléber Mendes/Agência O Dia)
Velório do pastor Anderson do Carmo, marido da cantora gospel e deputada Flordelis. (Foto: Cléber Mendes/Agência O Dia)

A cantora e deputada federal Flordelis chegou ao Ministério Flordelis, no bairro Mutondo, em São Gonçalo, Região Metropolitana, onde o corpo de seu marido Anderson do Carmo de Souza, de 42 anos, está sendo velado. O pastor foi executado a tiros dentro de casa, na madrugada de domingo (16), em Pendotiba, Niterói.

Também pastora, Flordelis acompanha o culto fúnebre sentada ao lado do caixão. Ela chegou a passar mal, desmaiou e precisou receber atendimento médico.

Dezenas de pessoas acompanham a cerimônia. Uma fila foi formada e pessoas passam junto ao corpo para dar o último adeus ao pastor.

Segundo a cantora gospel, o filho sonhou com uma tragédia. "Essa semana o Ramon sonhou com a vinda de Jesus. Sonhou que uma foice cortava as coisas boas. Ele não disse se subia. Perguntei para ele o quê subia e ele me disse que apenas uma rosa vermelha subia. Então, eu disse: 'Deus vai levar alguém da nossa casa'. Agora está aí, nosso pastor”, contou

Mãe de 55 filhos, entre adotados e biológicos, Flordelis disse ainda que “se tem uma coisa que ele não iria gostar, é que hoje, domingo, as portas estivessem fechadas. E o combinado era, se um de nós fossemos embora, o outro faria o culto mesmo assim, chorando", revelou.

A deputada também fez uma homenagem ao marido e cantou uma música. “Hoje é dia de cultuar o Senhor e vamos cultuar. Se Deus fizer, ele é Deus. Se não fizer, vai continuar sendo Deus. Ele é bom. Meu marido gostava de cantar esse hino”, disse em referência ao louvor gospel “Deus é Deus”, do cantor Delino Marçal.

“Haja o que houver, meu marido lançou o lema: 'sofre eu, mas não sofre a obra'. A obra não vai parar. Nada vai deter a obra. A igreja vai continuar. Sempre tivemos esse combinado. Sempre conversamos sobre tudo. Sempre fazíamos muita coisa juntos. Agora, vou ter que fazer muita coisa sozinha", disse emocionada.

Muito abalada, a mãe de Anderson chegou amparada e dizia “não me deixa filho. Não me deixa”. A mulher chegou a desmaiar ao se aproximar do caixão.

Segundo a liderança da igreja, mais de 2, 5 mil pessoas acompanham o velório do pastor nesta noite.

Muitos fiéis se abraçam e uns consolam os outros. A bióloga Roberta Costa, era uma das mais emocionadas. A mulher conta que não é membro da igreja de Anderson. Entretanto, que frequentava o local. “Eu sou de outra igreja e sempre vinha aqui na igreja. Eu conhecia ele. Era um pastor alegre, animado, extrovertido. Vai fazer falta para todos nós”, disse.

O sobrinho da parlamentar, Anderson Siqueira, falou aos jornalistas e negou que Anderson viesse recebendo algum tipo de ameaça.

“Estamos muito abalados com o que aconteceu, mas entendemos que Deus está no controle de tudo. Há um propósito maior. Estamos em paz porque o nosso pastor deixou um grande legado e agora ele está em um lugar muito melhor”, destacou Anderson.

'Ele sacrificou a vida para proteger a família'

Mais cedo, a cantora falou publicamente, pela primeira vez sobre o crime, ocorrido dentro de casa do casal em Pendotiba, durante a madrugada. Ela destacou que o companheiro morreu para salvar a família e que agora os mais de 50 filhos ficaram órfãos.

"Mais uma violência, mais uma tentativa de assalto frustrada que acabou na morte do meu marido. Essa violência que está imperando em nosso estado tem que acabar, tem que ter um jeito, do jeito que está não pode continuar. Quantos mais inocentes terão que morrer? São 55 filhos agora sem pai", desabafou, chorando muito.

Os familiares falaram à polícia que eles voltavam de uma confraternização e no bairro São Francisco a deputada teve a sensação de estar sendo seguida por duas motos. Quando já estavam em casa, o marido foi até a garagem buscar algo que havia esquecido no carro. Neste momento, ele foi executado pelos criminosos, que usavam touca ninja.

Desavença familiar

Uma desavença familiar pode ter motivado o assassinato do pastor Anderson do Carmo. Execução é a principal linha de investigação da polícia, mas outras linhas não foram descartadas pelos policiais.

 A DHNSGI já sabe que antes da ação dos criminosos, um dos cachorros da família foi dopado para não alertar os vizinhos durante a ação dos assassinos. Os agentes já sabem também que pelo menos três homens, encapuzados, participaram do crime.

"Houve uma desavença entre o Anderson e um parente por conta de dinheiro. Essa briga causou um racha e essa é a nossa principal linha de investigação", disse um agente em entrevista ao DIA.

Dezenas de coroas foram enviadas ao local. Entre os que enviaram as condolências foi o prefeito do Rio Marcelo Crivella.

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