Do Google e YouTube à Amazon e Netflix, há uma boa chance dos assinantes de contas na internet estarem financiando ou apoiando de alguma forma essas gigantes digitais. Mas provavelmente não percebam que muitas dessas empresas flertam com a pornografia ou têm vínculos com produtores de pornografia ou traficantes de pessoas, exploradores do mercado do sexo.
Em uma tentativa de fechar as cortinas e envergonhá-las, o Centro Nacional de Exploração Sexual (NCOSE) tem lançado anualmente uma lista de empresas “sujas” a cada ano.
A lista para o ano de 2020 inclui entidades famosas da Internet, como Twitter, Google e Amazon, mas também empresas como Visa, Wyndham Hotels & Resorts e Massage Envy. Além disso, também é observada a edição de maiô da Sports Illustrated e o estado de Nevada (EUA) com sua prostituição legalizada.
Muito mais que posts
Na inauguração deste ano da ‘Dirty Dozen List’, Haley McNamara, do NCOSE, criticou o Twitter.
"A maioria de nós está participando. Infelizmente, eles permitem pornografia em seu site. E, na verdade, eles facilitam as contas de tráfico sexual e de prostituição, geralmente usando pornografia para anunciar a venda de pessoas reais offline", disse McNamara.
Dawn Hawkins, vice-presidente do NCOSE, revelou que a Visa processa os pagamentos dos principais sites pornográficos.
"Vários desses sites de pornografia com os quais a Visa se associa têm vídeos de mulheres e crianças vítimas de tráfico sexual e vídeos enviados, com cenas de abuso sexual infantil", observou ela.
McNamara acrescentou: "Agora, a Visa tem uma escolha a fazer sobre isso. Mesmo no ano passado, o PayPal parou de processar dinheiro para a indústria da pornografia. Por isso, pedimos à Visa que siga seu exemplo".
O porta-voz Jo Youngerman da Visa foi procurado pela CBN News para responder às cobranças da NCOSE, dizendo que a empresa tinha esta declaração para oferecer: "A Visa apenas permite transações na rede Visa para a compra ou venda de produtos e serviços legais. Proibimos categoricamente transações envolvendo pornografia infantil e tráfico de pessoas. Como membro fundador da Coalizão Financeira contra a Exploração Sexual Infantil, a Visa trabalha em conjunto com nossos parceiros de coalizão para identificar comerciantes ou atividades ilegais potencialmente ilegais e barrá-las da rede de cartões".
Quanto ao Google, McNamara alertou que a empresa não barrou os pedófilos no YouTube, e esse é apenas um dos muitos problemas.
Ele exemplificou que "o Google Images geralmente apresenta pornografia pesada na primeira página de resultados, mesmo para termos de pesquisa científica ou básica", explicou ela.
McNamara também entrou em contato com a Amazon e contou à CBN News: "Eles não apenas têm um serviço na Web que ajuda a indústria da pornografia, mas também vendem livros de pornografia erotizados com temas de incesto. Eles também vendem bonecas sexuais. Por isso, estão realmente normalizando, abusos da vida real, tentando erotizá-los e fetichizá-los".
Hawkins disse que essas grandes empresas deveriam ter vergonha, porque os produtores de pornografia e os traficantes de sexo praticam um grande mal.
"Eles lucram às custas de inúmeras pessoas vulneráveis, exploradas e abusadas", acrescentou. "Em um mundo inundado pelos danos à saúde, causados pela pornografia, não devemos ter grandes empresas fornecendo infraestrutura para essa indústria".
Outras empresas da lista deste ano incluem a Massage Envy, a maior cadeia de massagem da América, acusada por centenas de mulheres de não tomar medidas adequadas para impedir que algumas massoterapeutas agridam ou assediem sexualmente clientes.
O NCOSE também teve como alvo o ‘Seeking Arrangement’, um site de namoro com mais de 20 milhões de membros. Isso leva estudantes universitárias sobrecarregadas com a dívida estudantil a se unirem a homens mais velhos abastados em troca de dinheiro. O NCOSE diz que essa parceria de "sugar babies" com "sugar dadies" - denominada "sugar dat" - é "um sistema de prostituição velada".
"Acreditamos que nenhum estudante deveria ter que trocar acesso sexual para ter acesso à educação", disse McNamara.
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