Homem se arrepende de cirurgia de mudança de sexo e recebe apoio de igreja

Michael Cresci passou 24 anos de sua vida como uma mulher, mas foi convencido por Deus sobre sua verdadeira identidade.

Fonte: Guiame, com informações da AG NewsAtualizado: quarta-feira, 8 de janeiro de 2020 às 16:02
Michael Cresci passou 24 anos de sua vida como uma mulher, mas retomou sua verdadeira identidade. (Foto: Arquivo pessoal)
Michael Cresci passou 24 anos de sua vida como uma mulher, mas retomou sua verdadeira identidade. (Foto: Arquivo pessoal)

Criado por pais adotivos, Michael Cresci cresceu com sentimentos de abandono e rejeição. Na adolescência, passou a buscar refúgio em boates gays, no álcool e nas drogas. “Fui para onde sentia aceitação e um tipo de amor incondicional — a comunidade gay”, disse Cresci à AG News.

Aos 25 anos, quando Michael passou a morar com seu irmão em Nova York, ele tentou se suicidar pela primeira vez. Ele parou de beber e usar drogas com a ajuda de programas de reabilitação, mas mergulhou ainda mais na comunidade LGBT aos 27 anos.

Seguindo o conselho de um terapeuta, ele começou a tomar hormônios e passou por uma cirurgia para mudança de sexo. “Eu pensei que a cirurgia fosse completar”, diz ele. “Eu realmente achei que estava tomando uma decisão sóbria, mas foi baseada em uma falsa compreensão”.

“Eu estava procurando preencher esse buraco no meu coração, e percebi que mudar meu sexo ou aparência física não preenchia esse buraco”, acrescenta. “Em 2010, percebi que não queria viver minha vida como transexual. Eu cometi um erro terrível”.

Com problemas psicológicos provocados pela cirurgia, Michael voltou a beber e buscou apoio em outras religiões, mas não encontrou.

Em 2016, vivendo como uma mulher no Kansas, ele fez sua segunda tentativa de suicídio. Incapaz de acabar com sua própria vida, ele decidiu beber até a morte — mas isso afetou suas decisões.

“Decidi que faria algo que me colocaria na prisão pelo resto da minha vida”, diz ele. Michael foi detido pela polícia após um ato de violência na cidade de Great Bend, mas foi enviado para o Dream Center, um centro de reabilitação em Kansas.

Foi lá que ele começou a ler a Bíblia e aceitou Jesus, através do trabalho missionário realizado pela Assembleia de Deus nos EUA. 

Mais adiante, no entanto, ele teve que interromper o programa para cumprir um mandado pendente que foi descoberto pela polícia. Depois de 17 dias na prisão, a equipe do Dream Center o recebeu de braços abertos.

“Desde o início, a equipe me disse que me amava”, diz Michael. “Eu fiquei tipo: ‘Como assim? Vocês nem me conhecem! Mas foi a minha primeira experiência com o amor incondicional”.

Homem a homem

À medida que o relacionamento de Michael com Cristo crescia, ele sentiu o desejo de ser usado por Deus para ajudar pessoas que passam por problemas semelhantes. No entanto, ele ainda se identificava como Michele, nome adotado por ele após a cirurgia.

Uma das questões difíceis para o pastor Dwight Dozier é que Michael interpretou de forma errada o versículo de 1 Coríntios 7:24, que diz: “Irmãos, cada um deve permanecer diante de Deus na condição em que foi chamado”.

Dwight deu tempo e espaço para o trabalhar do Espírito Santo na vida de Michael. Finalmente, em junho de 2019, o pastor sentiu que era a hora certa de agir quando Michael o chamou para conversar.

“Mais uma vez afirmei nosso amor e carinho por ele, mas também senti que precisava ser direto com Michael”, diz Dwight. “Eu disse a ele: ‘Quero falar com você de homem para homem, porque é quem você é. Se você pudesse abraçar a sua identidade dada por Deus como homem, espiritual e emocionalmente, como você se sentiria?”.

Para Michael, era como se uma lâmpada se acendesse e o Espírito Santo revelasse Sua verdade. “Ninguém nunca havia falado comigo assim antes, de homem para homem”, diz ele. “Nem mesmo meu pai”.

Transformação

Michael começou com pequenas mudanças — adquirindo óculos masculinos, vestindo roupas masculinas e se retirando dos grupos de mulheres no Dream Center e na igreja.

Certa noite, o pastor Dwight reuniu a igreja e cuidadosamente o apresentou como Michael, e não pelo nome feminino.

“Um por um, eles se levantaram e o abraçaram”, conta Dwight. “Eles oraram por ele e o apoiaram. Eu fiquei tão orgulhoso, pois eles demonstraram que estão prontos para receber a colheita de pessoas que Deus poderia nos enviar e confiar a nós”.

“Uma das maiores coisas da minha vida foi cortar o cabelo”, disse Michael. “Eu não me via como homem há mais de 20 anos. Quando as mulheres que estavam cortando meu cabelo terminaram e finalmente me mostraram o espelho, chorei de alegria por 20 minutos. A última vez que me vi como homem, tinha 27 anos... Agora eu estava vendo no espelho um homem mais velho, de 51 anos”.

No dia 23 de outubro do ano passado, com a ajuda financeira da igreja e do Dream Center, Michael passou por uma cirurgia de reversão, removendo os implantes mamários. No entanto, outras mudanças físicas não puderam ser revertidas.

Depois de passar pela cirurgia com sucesso, Michael ficou mais convencido a compartilhar seu testemunho. Hoje ele quer apoiar aqueles que estão lutando com a confusão de gênero e outros desafios aparentemente “imbatíveis” em suas vidas.

“Ele é a prova de que quando você busca por Deus, encontra sua identidade”, diz Kimberly Becker, fundadora do Dream Center.

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