Na noite de sexta-feira (26), pedras atingiram o telhado da casa pastoral e da Igreja Missionária em Cuba, liderada pelo pastor Yoel Demetrio, um conhecido crítico do regime socialista na cidade de Las Tunas, no centro-leste do país.
Em um relato publicado no Facebook, Demetrio disse que os membros da igreja estavam reunidos para iniciar a vigília de oração quando o apedrejamento começou. O pastor informou que ninguém ficou ferido.
“Sabemos que o reino das trevas está assustado, porque lhe resta pouco tempo em Cuba”, disse Demetrio. “Pedimos a Deus que aqueles que ordenaram este ataque de pedras contra a igreja, se arrependam e saibam que Deus sempre abençoará seus filhos.”
O ataque acontece em meio à campanha de oração realizada por igrejas evangélicas durante todo o mês de março, unindo cerca de 100.000 cristãos cubanos para orar pela situação política, econômica e social no país.
Depois do acontecimento, o líder religioso disse em entrevista ao Diario de Cuba que “o sistema comunista manda criminosos para atirar pedras”.
Não é a primeira vez que a Igreja Missionária de Cuba é atacada. Em Las Tunas, os fiéis são frequentemente assediados e alvos de pedras quando vão ao culto, colocando em risco a segurança dos membros da congregação, incluindo crianças e idosos, denunciou o pastor.
Em outubro de 2020, o senador norte-americano Marco Rubio chegou a comentar no Twitter sobre o assédio contra a igreja liderada por Demetrio: “A liberdade de culto é um direito que deve ser respeitado. A história dos membros da Igreja Missionária de Cuba, que são apedrejados após deixarem a igreja, é preocupante”.
La libertad de culto es un derecho que debe ser respetado. Preocupante el relato de los feligreses de la Iglesia Misionera de Cuba quiénes son apedreados tras salir de la iglesia. https://t.co/ENi31K7Uby
— MarcoRubioCuba (@MarcoRubioCuba) October 23, 2020
“As pedras são atiradas de pátios vizinhos contra a igreja”, explicou o líder religioso pertencente ao Movimento Apostólico, uma rede de igrejas evangélicas que o Estado se recusa a legalizar.
O Movimento Apostólico relatou a prisão de seus pastores, demolições de templos, confisco de propriedades e ameaças a seus membros para impedir os cultos.
Um caso semelhante ocorreu na província cubana de Camagüey, em outubro de 2020. Naquela época, a Iglesia del Evangelio Completo Roca Eterna disse ao Diário de Cuba que os ataques com pedras aconteceram “por vários meses”.
O Pastor Daniel González explicou que “desconhecidos” atacavam o templo durante os cultos, ensaios ou orações, e danificaram o teto com vários furos.
Um dos líderes da igreja, Disnel Segura, disse que fez uma denúncia ao departamento de polícia e governo local, alertando para o perigo de algum membro da denominação ser ferido.
“Embora tenham vindo para verificar os buracos no teto, suas ações se limitaram a isso”, disse Segura, que exigiu ações das autoridades para conter os agressores.
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