Evangélicos cubanos organizaram pequenas vigílias em famílias todos os fins de semana de março, em uma convocação nacional para clamar a Deus pela situação no país.
O pastor Alejandro Hernández, de Havana, explica que a convocação tem um propósito espiritual. “Orar diante de Deus e abandonar nossos maus caminhos, isto é, tudo o que teríamos que fazer e não fazemos, qualquer postura de injustiça”, disse ele ao Diário de Cuba.
A vigília de oração está sendo realizada de sexta a sábado, das 10h às 2h da manhã, principalmente em grupos familiares devido ao aumento de casos Covid-19 em Cuba.
Para Hernández, a convocação também representa uma declaração de princípios da comunidade evangélica cubana. “Vemos com dor como a nação está mergulhada no pecado e na soberba de seus governantes”, disse.
“Por isso, incluímos a atual crise que a nação atravessa em todos os pilares: político, social, cultural e econômico”, disse Hernández, que acredita no poder da Igreja “de influenciar positivamente o destino” de Cuba.
O apóstolo Joel Demetrio diz que a vigília de oração tem como alvo a “situação prevalecente na Ilha: miséria, fome, repressão e contra o espírito do comunismo, que tem oprimido este país por mais de 62 anos”.
Demetrio, que é presidente da Igreja Missionária em Cuba, localizada em Las Tunas, explicou que diversas denominações estão envolvidas na vigília, sendo elas independentes, Adventistas, Metodistas e da Assembleia de Deus.
Igrejas ilegais
Segundo o Instituto Patmos, 5% a 10% da população cubana pertence ao mundo protestante.
Desde 1959, as igrejas evangélicas foram reprimidas, por meio da expulsão de missionários, prisão de pastores, confisco de prédios e fechamento de meios de comunicação. O mesmo aconteceu com a Igreja Católica.
Segundo Hernández, é difícil precisar quantas igrejas estão envolvidas na iniciativa, mas ele garante que há “centenas de denominações lideradas pelos diferentes movimentos apostólicos”.
O Movimento Apostólico é uma rede de igrejas espalhadas por Cuba, que o regime se recusa a legalizar por sua atitude e denúncia direta do comunismo, o que levou à prisão de pastores, ameaças à congregação e até demolições de templos em Camagüey e no leste Cubano, principalmente.
A vigília “inclui todas as denominações às quais o regime negou o direito de ser legalmente registradas em violação de sua própria Constituição”, disse Hernández.
“Também conheço denominações legalmente registradas que aderiram e uma outra que, por ser membro do erroneamente denominado Conselho de Igrejas de Cuba [órgão oficial do governo], aderiu ao movimento sem torná-lo público, por evidente medo de represálias”.
Quanto ao número de cidadãos participantes, o pastor disse que “inicialmente eram 100 mil, mas esse número já pelo menos quadruplicou”, dentro e fora da ilha.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições