A Suíça concordou em legalizar o casamento civil homoafetivo e o direito de casais gays adotarem crianças, por uma maioria de 64% dos votos dos eleitores em um referendo no domingo (26).
Com isso, as igrejas evangélicas suíças pedem que a liberdade de suas doutrinas não seja ameaçada no país, um dos últimos da Europa ocidental a legalizar o casamento gay.
A nova lei irá possibilitar que homossexuais se casem e adotem crianças de forma legal. No caso das lésbicas, elas poderão ter filhos por meio da doação de esperma, o que atualmente é possível apenas para heterossexuais casados.
A Aliança Evangélica Suíça (SEA, na sigla alemã) reconhece o caráter democrático da decisão, mas alerta que a nova lei vai “longe demais”, especialmente por priorizar o bem-estar dos adultos acima das crianças.
“Os desejos dos adultos triunfaram sobre os direitos das crianças”, criticou a SEA em nota no domingo. Além disso, a legalização da doação de óvulos e da barriga de aluguel, neste caso, pode se tornar “uma instrumentalização extremamente duvidosa do corpo humano”, segundo a organização.
A SEA disse também que em relação a casamentos gays na igreja, fará campanha pela liberdade de religião e consciência para igrejas e pastores, defendendo que “as igrejas são livres em seus rituais de adoração”.
“As igrejas, incluindo as de direito público, devem ser livres para diferenciar o casamento de outros rituais, como tem sido o caso até agora. Elas ainda devem poder oferecer casamentos para homens e mulheres, sem que isso represente uma recusa criminal”, alerta a organização.
A Aliança Evangélica Suíça lembrou ainda que a definição legal de casamento não obriga as igrejas a adaptarem seus rituais e sacramentos. “Além disso, os pastores em igrejas de acordo com a lei pública devem ter liberdade de consciência. Independentemente disso, SEA continuará trabalhando para relacionamentos bem-sucedidos e casamentos fortes”, finalizou.
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