Uma árvore de Natal em uma cidade de tradição ortodoxa grega, localizada na Síria, foi incendiada por combatentes ligados ao grupo jihadista Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), apoiado pela Turquia.
O incidente ocorreu apenas um dia após a árvore de Natal ser iluminada na cidade de Al-Suqaylabiyah, na Síria. Segundo o site Greek City Times, jihadistas afiliados ao HTS incendiaram a árvore e intimidaram os moradores cristãos locais.
A organização Greco-Levantines World Wide compartilhou vídeos que mostram os jihadistas aterrorizando os cristãos na cidade. Pouco depois, os extremistas atearam fogo na árvore de Natal.
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Após os episódios de intimidação e o incêndio, a comunidade local realizou protestos, dois dias antes do Natal.
“Enquanto marchavam pela vila, eles carregavam uma grande cruz, mostrando aos jihadistas que são cristãos e que não têm medo. Gritavam: ‘Chega!’, em um gesto de resistência”, relatou a Greco-Levantines World Wide.
O líder do HTS na região de Hama afirmou que medidas seriam tomadas para evitar novos incidentes.
“Contudo, acreditamos que isso não será suficiente. Os combatentes estrangeiros vinculados ao HTS são incontroláveis e devem ser removidos das cidades cristãs. É essencial criar forças de segurança autônomas para proteger nossa comunidade”, completou a Greco-Levantines World Wide.
Ataques anteriores
Além disso, no dia 12 de dezembro, a Igreja Ortodoxa Grega Hagia Sophia, em Suqaylabiyah, foi vandalizada por rebeldes islâmicos apoiados pela Turquia.
Essa igreja, situada nos arredores de Hama, é uma réplica menor da Hagia Sophia de Istambul, construída em 2020 como resposta à decisão do presidente turco Recep Tayyip Erdogan de converter a Hagia Sophia original em uma mesquita. Sua construção foi financiada pelo regime de Bashar al-Assad e pela Rússia, mas recentemente foi profanada por grupos rebeldes islamitas que assumiram o controle de grande parte da região.
No mesmo dia do vandalismo, dois cristãos ortodoxos gregos, Samaan Satme e Helena Khashouf, foram assassinados na vila de al-Jamasliyye, localizada na província de Homs, na Síria.
Inicialmente, o caso foi tratado como um roubo que deu errado, mas posteriormente descobriu-se que Samaan foi decapitado e Helena, morta a tiros, sugerindo outros motivos para o crime.
Além desses episódios, na última semana, a Arquidiocese Ortodoxa Grega de Hama foi alvo de um ataque. Tiros danificaram a fachada do prédio, e cruzes em túmulos próximos foram vandalizadas e removidas.
A cidade de Al-Suqaylabiyah, originalmente conhecida como Selêucia e Belum na Antiguidade, foi abandonada durante a Idade Média e restabelecida no século XIX por cristãos ortodoxos gregos que fugiram da região de Hauran, no sul da Síria, no final do século XVIII, para escapar da perseguição do governo otomano.
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